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Arrow – 5×11 Second Chances

Por: em 4 de fevereiro de 2017

Arrow – 5×11 Second Chances

Por: em

Um time sobre segundas oportunidades.

Depois de um episódio mais parado, Arrow retoma com força o desenvolvimento do seu quinto ano e mostra que ainda tem muito gás para o que vem trabalhando. Os minutos finais da semana passada já empolgavam com o que “Second Chances” poderia ser, mas foi ainda melhor. Talvez ainda doa demais para a gente assumir que o a linha narrativa da série tomou rumos que ninguém esperava, mas a verdade é que precisamos olhar para trás, entender o porquê de tudo aquilo e seguir em frente.

Por que falo isso? Bem, finalmente conhecemos Tina Boland. Ou melhor, Dinah Drake. Provavelmente vimos o começo da história de uma nova Canário Negro e isso é mais do que interessante, é fundamental em uma série sobre o Arqueiro Verde. Dói não ver mais Laurel ali? Dói. Foi uma decisão misógina tirar a personagem da série da maneira que ela foi tirada? Foi. Eu concordo com o que eles fizeram com a personagem? Nunca. Mas Arrow é uma obra aberta que está sempre sendo transformada, não tem jeito. Não podemos esperar que sigam os quadrinhos fielmente, afinal qual seria a graça de saber exatamente cada passo que seria dado? Foi uma decisão ousada, difícil, mas que foi tomada e eu digo porque defendo tanto esse encaminhamento que a série faz agora: porque seria ainda pior ver o roteiro voltando atrás.

Pensem bem e vocês verão que não estou tão errado assim. Quando vimos o desenvolvimento de Olicity, um dos casais mais ansiados pelos fãs, tudo era lindo. Até que não era mais. De uma hora para outra Felicity passou a ser insuportável, grudenta e muitos queriam a sua morte (por que a mulher é sempre a culpada, claro). E o que a equipe de produção fez? Voltou atrás e separou o casal definitivamente. É bem semelhante ao caso de Laurel. A gente quer uma personagem de volta que está morta. Qualquer volta que eles dessem na decisão que eles mesmos tomaram, seria bem tosco. “Ah mas eu queria mesmo assim”, querer não é poder meu caro. Temos que aprender a encarar algumas decisões da maneira que são. Ponto final.

O que me deixa muito feliz é ver a maneira linda que a equipe arrumou de concertar esse problema com os espectadores. Ao sermos apresentados na semana passada a uma mulher que tinha os poderes do grito da Canário, tudo pareceu tão superficial e forçado, que não chegava a ter graça quase. Agora entendemos o porquê do seu grito, da sua missão. Comentei com um amigo que há muito não via um momento tão tocante em Arrow como quando Tina revela seu verdadeiro nome para Oliver: Dinah Drake. O legado de Laurel continua agora nas mãos da primeira Canário dos quadrinhos. Uma volta que ninguém esperava. Quando conhecemos Dinah Lance, mãe de Laurel, achamos que ela carregava esse fardo no seu nome, apesar de nunca ter demonstrado seu sangue vigilante. Pelo jeito estávamos errados e agora conheceremos um novo rosto para um mesmo alter ego – o que não deveria ser tão estranho, visto que nas HQ’s mesmo, os mantos/identidades/fardos passam de geração para geração e pessoas diferentes. É hora de deixar a história de Laurel onde merece nas nossas boas memórias da série e seguir em frente, sem reclamar tanto.

Enquanto o episódio foi basicamente focado na descoberta da nova Canário, tivemos alguns outros bons momentos. Um deles acontece com Talia Al Ghul e a maneira que começamos a compreender como ela, herdeira de Ras, foi a pessoa que moldou Oliver a alguém dividido entre duas identidades. Não sei se sou desligado, mas nunca imaginei algo assim quando a personagem apareceu na semana passada. Acreditava muito em alguma relação com tudo que já vimos, mas não um vínculo com a raiz de quem o Arqueiro é. Todas as cenas deles foram muito legais, mas a sequência final onde ela pede para que Oliver separe o seu monstro de quem é como pessoa foi especialmente relevante. Ela retoma alguns pontos muito legais lá da primeira temporada, inclusive na cena que Oliver segura o arco pela primeira vez.

Sua aparição também trouxe um nome a tona que não me pareceu por acaso: Yao Fei. Seria possível existir alguma relação entre ele e Prometheus? Não sei porque, mas achei muito suspeito, principalmente porque Talia deixa bem claro que treinou Yao (e que se banhou nas águas de Lázaro), o que pode ter sido um forte indicativo, já que Oliver mesmo apontou o vilão como alguém que tem os mesmos movimentos da sua professora. Cada vez fico mais ansioso pela revelação da identidade deste personagem que vem travando uma guerra psicológica tão boa com o nosso protagonista. Entendo quando muitos apontam algumas tramas como lentas demais, mas também temos que nos lembrar que o formato de desenvolvimento para 22 episódios é bem diferente de uma série Netflix, que fecha sua trama em 8 e não tem tempo a perder. De qualquer forma, acho que essa revelação ainda demora um tempo a acontecer, talvez lá pelo episódio 15 ou 16 – aguardemos, né?

Outra trama bem legal foi retomar o passado hacker/ativista de Felicity. Não sei se vocês acompanharam, mas Wendy Miracle, uma das produtoras da série, comentou que os fatos que veríamos a personagem envolvida neste episódio, a perseguiriam pelo resto da temporada. Acho que não é errado assumir que Helix tem muito a ver com isso. Nos quadrinhos, o nome é dado por um grupo de jovens desajustados comandados por Benjamin Love, um médico que fez mutações genéticas nesses jovens para criar um grupo nada convencional a seu favor. Enquanto tudo pode não passar de uma referência, o que vimos Felicity fazendo pode pesar muito no seu futuro.

Pareceu tudo tão… fácil demais, né? Ela encontra uma fã – que realmente imita ela até na personalidade -, ganha um pen drive com a evidência que precisa e está tudo bem. Não, não está tudo bem. Felicity está indo contra o governo americano para salvar Diggle e isso deve ser uma decisão complicada para o seu futuro – e também para a maneira que o segurança terá de lidar com o fato que o tirou da cadeia. Além do mais, eu não sei. O momento trouxe uma faísca da antiga Felicity de volta, daquela que queria fazer mais pelos outros, ser uma ativista real. Ainda é cedo par dizer onde que tudo isso nos levará, mas não acredito em uma trajetória fácil para os personagens de maneira alguma.

Alguns outros comentários: 

  • Eu adoro Rene e acho que ele foi uma das melhores adições a série em anos.
  • A participação do Flash foi sensacional.
  • Alguém me explica como que o Curtis faz aquelas trancinhas tão rápido antes de ir combater o crime como Mr. Terrific?
  • Seja muito bem vinda, Juliana Harkavy. Sei que será difícil do povo te aceitar, mas o que digo é: ninguém gostava da Laurel duas temporadas atrás. Força.

 


Eu não queria animar ninguém, mas o vídeo promocional da semana que vem está TÃO BOM, que eu não sei nem o que dizer. Sério, vejam isso. E depois comentem na review, tá bem? Até mais!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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