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Billions – 2×03 Optimal Play

Por: em 7 de março de 2017

Billions – 2×03 Optimal Play

Por: em

O terceiro episódio de Billions foi aquele episódio de transição bem morno, sem muita novidade pra esquentar a história. Em Optimal Play, o conflito entre Chuck Rhoades e seu novo investigado, Lawrence Boyd, começou a ser desenhado. Como o personagem é novo e a princípio não tem potencial para ganhar um destaque maior na trama, o que dá a entender é que eles irão explorar a rivalidade entre Rhoades e Axelroad através dessa nova investigação, de forma indireta, pelo menos nesse inicinho de temporada. O bilionário continua com sede de vingança e vai fazer o impossível para prejudicar o procurador.

Vimos no episódio anterior, que Boyd recorreu à Axe em busca de ajuda. E o bilionário, para não perder a oportunidade de continuar sua vingança contra seu rival, ofereceu seu apoio a Boyd da melhor forma que ele poderia: disponibilizando os serviços do seu fiel escudeiro, Hall. A investigação contra o empresário expõe, mais uma vez, a falta de critérios e até mesmo ética da procuradoria. A verdade é que tudo nessa história começou com o único propósito de salvar a pele de Rhoades. Não houve denúncia, nem mesmo suspeita. O que os advogados estão tentando fazer é produzir provas contra Boyd, que justifiquem uma já anunciada investigação. Tudo ao contrário, reforçando a máxima que os fins justificam os meios. Por isso, volto a ressaltar, mais uma vez, a linha tênue que divide os bons e maus nessa história.

Divulgação/Showtime

A melhor parte do episódio ficou a cargo de Taylor. A personagem enigmática, segura de si e mega competente, esconde na verdade uma pessoa vítima de bullying na infância e que concentrou sua energia nos estudos para se sentir segura e circular melhor nesse mundo hostil, que não aceita o diferente. Nesse aspecto, acho bacana a relação que Axe tenta desenvolver com Taylor. Mesmo que seja puramente tática para ganhar sua simpatia, não podemos negar que o bilionário segue direitinho a cartilha de “como conquistar a confiança/lealdade dos funcionários”. Ao exaltar as diferenças de Taylor como sua principal potencialidade, ao reconhecer nela um diamante a ser lapidado, ao apostar suas fichas na personagem como a representante da sua empresa no Alpha Cup, ele consegue jogar com sua fragilidade e conseguir o que quer. Axe a fez enxergar, de certa forma, semelhanças entre eles. E a empatia trazida por essa descoberta, conectou os dois personagens de alguma maneira mais sincera. Fato é que Taylor agora confia em Axe.

Sinto que Taylor não é nenhuma despreparada, deslumbrada, que vá se deixar enganar facilmente. Mesmo deixando claro que não concorda com várias das motivações de Axe, vejo que ela conseguiu extrair o que a proximidade entre os dois tem de melhor. A começar pela sessão de terapia, que rendeu a melhor dica do seriado: quando você se sente emocionalmente confusa, vá para o lugar onde os seus limites são mais honestos. Foi essa dica que deu a Taylor a confiança necessária para que ela fosse a dona da festa e estragasse a noite de Todd Krakow. A personagem, exímia jogadora de pôquer, superou seu medo de vencer, seu receio de humilhar alguém que ela reconheceu como provável vítima de bullying e por quem sentiu compaixão, e ganhou para Axe, de forma espetacular, o torneio beneficente. Vitória que para ela não significou muito.

Divulgação/Showtime

E aqui vale ressaltar uma bandeira muito bacana que o seriado tem conduzido de forma não piegas, que é a questão da identidade de gênero. Taylor é claramente uma personagem não binária e já deixou claro que ele ou ela não é um pronome com o qual se sente confortável. Como se não bastasse toda a maturidade e bom-senso da personagem, ela ainda faz questão de deixar claro que vitórias como a do dia anterior não significam nada pra ela, especialmente quando envolvem massacrar adversários através de disputas secundárias (como a de Axe com Krakow, por causa de Wendy). Claro que a nova queridinha do chefe já está despertando ciúmes entre os outros funcionários, mesmo com uma conduta irretocável e muito pouco competitiva. Resta saber se essa rivalidade vai ser melhor explorada no seriado.

Do outro lado de Nova York, na procuradoria, os ânimos não andam muito bons. Dake está tentando ter em Sacker uma nova aliada e pode ter tocado em um ponto frágil, já que ela anda perdendo muito espaço para Connerty. Os dois tiveram um affair na temporada passada, que acabou sem mais nem menos. A relação entre eles até então sempre havia sido de cooperação e cordialidade, mas sabemos que Sacker tem planos ambiciosos dentro da procuradoria e atualmente, seu principal empecilho é o ex. Mesmo tendo partido dela a ideia do investigado, Rhoades deixou claro que Connerty é quem vai coordenar a investigação, jogando Sacker para escanteio. A advogada ficou claramente desapontada com tal decisão, mas, como pessoa inteligente que é, sinto que irá seguir o conselho do pai: é melhor ser considerada inteligente, que desleal. Ainda que decepcionada com Rhoades, vale a pena se aliar a Dake e queimar o filme com todos os colegas? Ou é melhor aguardar paciente e lealmente para se firmar como assessora de um novo procurador?

Divulgação/Showtime

Saindo da parte adulta do seriado, podemos passar para a ala teen de Billions? O que dizer de Axelroad, comprando TODOS os exemplares (no mundo) do livro “A Segunda Guerra Mundial” de Churchill,  que Rhoades tem como preciosidade e precisou se desfazer? O que dizer de Todd, contratando e levando Wendy como mentora do torneio de pôquer? O que dizer de Todd, que leva uma mentora ao torneio, mas recusa-se a ouvir a dica mais preciosa dela? O que dizer de Rhoades sendo escroto e pressionando a aeromoça através dos seus funcionários, para que ela conseguisse algo contra Boyd? O que dizer do piti de Dollar Bill, quando soube que Taylor representaria a firma no Alpha Cup? O que dizer de Lara, sendo grosseira, indelicada e até cruel com Wendy, ao perguntar da separação? Gente, sério. Impressionante como várias tramas de Malhação podem ser extraídas desse único episódio.

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Renata Carneiro

Jornalista, amante de filmes e literalmente, apaixonada por séries. Não recusa: viagem, saidinha com amigos, um curso novo de atualização/aprendizado em qualquer coisa legal. Ama: família, amigos, a vida e seus desdobramentos muitas vezes tão loucos Tem preguiça: mimimi

Belo Horizonte/MG

Série Favorita: Breaking Bad

Não assiste de jeito nenhum: Two and a half Men

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