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Grey’s Anatomy – 12×07 Nothing Against You

Por: em 14 de novembro de 2015

Grey’s Anatomy – 12×07 Nothing Against You

Por: em

Venho dizendo, desde a estreia, que a nova temporada de Grey’s Anatomy retomou muitos pontos que estiveram presentes em seus primeiros anos, e o episódio desta semana apenas confirma mais uma vez minha afirmação. À primeira vista Nothing Against You parece um episódio voltado a explicar a chegada de Nathan Riggs como mais novo contratado do Grey & Sloan Memorial Hospital, tanto que ao ler o título pensei se referir a ele e a parte do seu passado com Hunt. Mas se existe algo que me faz continuar fã de Grey’s é justamente o fato de que mesmo após doze temporadas, a série continua a me surpreender.

Alguns dias já se passaram e Penélope continua sob a supervisão de Grey, o que vem incomodando Callie a ponto de questionar sobre as reais intenções de Meredith, após presenciar o desabafo desta no banheiro do hospital. Mas diferente do episódio anterior, este mostrou que ainda é preciso tempo até que as coisas possam realmente funcionar entre Blake e Grey – o reconhecimento de Meredith para Hunt deixa claro que a Chefe da Cirurgia Geral ainda não sabe como lidar com o fato de ter que ensinar uma das médicas que ela julga ser responsável pela morte de Derek. O interessante foi ver que Blake está disposta a fazer valer a promessa feita à Meredith de ser uma médica melhor, mesmo que isso valha passar pelo vale tortuoso das mãos de Grey.

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E se a chegada de Riggs traz aos poucos a volta dos problemas emocionais de Owen – nos deixando ainda mais intrigados com o que teriam eles vivido no passado – a cena em que Hunt perde o controle com Miranda, acabou resultando em uma das cenas mais amadas pelos fãs da série, a retomada da promessa de Meredith à Christina em ser a pessoa Hunt; Outra que parece abalada é Jo, que após a última conversa com Edwards passou a notar que é constantemente deixada de lado pelos médicos do GSMH, mostrando aos poucos o quanto pode ser prejudicial para alguém se tornar invisível aos olhos dos que estão ao seu redor. O caso envolvendo o simpático velhinho Jaffee serviu para fundamentar a insegurança de Jo, deixando aqui minha dúvida com relação ao destino da personagem para os próximos capítulos.

De modo geral o episódio desta quinta se propôs a seguir uma linha mais branda com relação ao que vínhamos vendo, apresentando os plots de forma mais leve e casos aparentemente tranquilos. Como foi a questão envolvendo a tentativa de reconciliação de Avery e Kepner, o casamento de Bailey, a busca de Arizona por uma companhia – a improvável, mas interessante presença de Richard – na tentativa de ajudá-la a retornar ao mundo das solteiras, ou a história envolvendo o novo interno e uma mãe carente com predileções pelos homens de jaleco branco. Talvez como forma de nos preparar para o que está por vir na próxima semana, que como de costume deve trazer um novo grande acidente e que mobilizará toda equipe do hospital, marcando o último episódio de 2015.

greys-anatomy-12x07-maggie

O que muitos não esperavam era que por trás da premissa de nos apresentar Riggs, a série na verdade não pretendia reforçar apenas a questão do empoderamento feminino, mas sim fazer refletir e entender o quanto ainda é preciso fazer para se combater outra forma de preconceito, o racial. A primeira paciente compartilhada de Riggs e Maggie mostrou que não foi preciso uma única palavra para reconhecer que o preconceito estava ali. Incômodo ao ponto de se fazer ser entendido pelas entrelinhas, ele passou a seguir Pierce pelos corredores do hospital. A sensibilidade do roteiro foi levada até o fim do episódio, mostrando que o fato de não falarmos sobre algo não faz dele inexistente – nem que ter a palavra em seu discurso, faz de você racista. Deixando ali explícito que infelizmente só quem já teve o direito menosprezado pelo outro é capaz de entender o que é viver carregando consigo o peso de um fantasma, que infelizmente ocasionalmente aparecerá.

“It’s like a low buzz in the background.
And sometimes you don’t even notice it, and sometimes it’s loud and annoying.
And sometimes it can get dangerous” – Maggie

E que nesse universo cheio de “boas intenções” o que pode haver de pior, em se tratando de preconceito, talvez seja a quase automática condescendência social na tentativa de suprir o ato falho. Afinal, o que muitos não são capazes de compreender é que não se trata aqui de uma questão de vitimização, pelo contrário, é a constante capacidade de estar preparado para se reerguer ao ter sua complexidade humana restringida ao que faz de você parte de um grupo. Levando ao raciocínio errôneo de crermos que devemos tratar o próximo como a nós mesmos, nos esquecemos de que o correto é tratar o próximo como ele gostaria de ser tratado, afinal, somos o que somos pelo simples fato de sermos únicos.


E aí o que acharam do episódio? Mais alguém notou que o bad hair da Mer teve um final feliz rs? Enquanto a próxima quinta não chega deixo aqui a promo do último episódio da primeira parte da nova temporada de Grey’s Anatomy.


Marcel Sampar

Paulista que puxa o erre pra falar, PHD em Análise do Drama pelas novelas mexicanas reprisadas no SBT e designer de homens palito. Com sérios problemas em se definir por aqui - sim, esta já é minha terceira tentativa em menos de um mês - mas que um dia chega lá!

Rio Preto/SP

Série Favorita: Sex and the City

Não assiste de jeito nenhum: Teen Wolf

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