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Grey’s Anatomy – 13×10 You Can Look (But You’d Better Not Touch)

Por: em 29 de janeiro de 2017

Grey’s Anatomy – 13×10 You Can Look (But You’d Better Not Touch)

Por: em

Grey’s Anatomy está de volta e com ela as quintas de TGIT. O episódio que marca o retorno da décima terceira temporada da série médica usa mais uma vez do artifício de tirar sua narrativa do foco principal, inserindo um capítulo muito mais voltado à reflexões pessoais que preocupado em responder se Karev de fato irá ou não para a prisão. Comprovando a jogada canastrona do roteiro no último episódio exibido no fim do ano passado.

Mesmo com sérios problemas de continuidade, – ou estariam apenas mantendo a licença poética desenvolvida nos pouco mais de dez anos de Grey’s? – You Can Look (But You’d Better Not Touch) tem sim o seu valor. Uma vez que tenta, talvez tardiamente, corrigir alguns dos rumos pelos quais a trama de Sonda Rhimes decidiu prosseguir. Ou mais alguém aí sentiu falta de um diálogo ou cena em que se fosse discutido o que prometia vir a ser o grande trunfo da temporada: o grande segredo de Jo? O fato é que Bailey, chefe do hospital, pareceu pouco se importar com tudo o que Alex revelara. E não fosse pelo flashback, ou pela fala de Miranda no final do episódio – fazendo referência à decisão de Karev em assumir o próprio erro. Quase nada liga o atual episódio aos acontecimentos da Fall Finale.

A escolha do ambiente prisional como cenário central de You Can Look (But You’d Better Not Touch) até certo ponto funciona. Propondo reflexões e usando para isso as figuras de Bailey, Arizona, Jo e até mesmo da paciente grávida, Kristen Rochester. E enquanto Bailey se depara com a real falta de recursos disponíveis para o cuidado da população carcerária, em oposição ao “mundo ideal” do Grey & Sloan Memorial Hospital. Vemos também Miranda de despir aos poucos dos preconceitos, obrigando-se a reaprender a humanizar a paciente do caso semana, por exemplo.

Em uma espécie de ode ao “shit happens” a.k.a. redenção de Wilson, vimos Arizona errar.

Sendo arrogante ao se comparar como uma mãe melhor, se comparada a Emily – mãe da jovem presidiária. Mensagem que se contrapõe à mensagem do episódio, que reforça a importância de sabermos reconhecer as falhas do outro e demonstrar um mínimo de apoio, ainda que as grandes mudanças e sentimentos sejam vividos e compreendidos na individualidade. Tomar as coisas por preto no branco, apressa o julgamento. Torna a mensagem tendenciosa, como se ao fim das contas a história e a periculosidade de Kirsten devessem ser desconsideradas pelo manto da maternidade.

No entanto, a grande ironia do episódio foi ter que ver Jo criticando e questionando a posição de Arizona e de Bailey, que decidiram omitir da paciente que sua mãe estava na prisão, mas se recusava a participar do parto. Sério? Logo Wilson, que nem o nome real nós conhecemos? Entendo a necessidade de fazer a aproximação entre a história de vida de Kirsten e Jo, mas achei surreal a “lição de moral” vir diretamente de uma personagem que até então sempre nos apresentou parte da sua verdade, usando a história da jovem que passou parte da vida fugindo e morando em um carro – e que de tanto se pendurar neste mantra, foi desconstruindo a pouca empatia que tinha com o público. Ao mesmo tempo, acredito que tudo aqui tenha a ver com a tentativa do roteiro de consertar falhas e rumos que deram à série um lugar garantido no pódio de piores retornos de 2016 – aqui do Apaixonados por Séries.

Talvez seja só minha esperança – renovada na recente passagem de ano -, a mesma que me leva a acreditar de que ainda existe uma chance de haver uma reviravolta na história, trazendo Grey’s Anatomy de volta aos celebrados melhores retornos. Sei que é muito cedo para se fazer qualquer aposta, ainda mais se avaliarmos o que foi entregue até agora. E algo me diz que muito do que está por vir estará de alguma maneira ligado à Wilson. Então senta que lá vem dramão.

Meu conselho? Paciência! Isto, e a velha prática de baixar as expectativas. Afinal, ao longo de treze temporadas, não é a primeira vez que nos questionamos até que ponto está valendo a pena insistir e seguir em frente.  Nos vemos na próxima Review!


Marcel Sampar

Paulista que puxa o erre pra falar, PHD em Análise do Drama pelas novelas mexicanas reprisadas no SBT e designer de homens palito. Com sérios problemas em se definir por aqui - sim, esta já é minha terceira tentativa em menos de um mês - mas que um dia chega lá!

Rio Preto/SP

Série Favorita: Sex and the City

Não assiste de jeito nenhum: Teen Wolf

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