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Maratona Parenthood – 1ª temporada

Por: em 13 de fevereiro de 2017

Maratona Parenthood – 1ª temporada

Por: em

Começamos a maratona da série preferida de muitos Apaixonados por Séries com uma pequena temporada de 13 episódios, muito curta pra desenvolver todos os personagens de maneira apropriada, ou ao menos do jeito que gostaríamos, mas foi suficiente para nos fazer torcer e querer acompanhar cada um da família Braverman, não é mesmo? Isso acontece com todos eles logo no piloto de Parenthood – ou nos primeiros episódios – mesmo que a série nos apresente alguns personagens de uma forma ainda duvidosa, não sabemos se iremos amar ou odiar alguém, mas aquele conjunto…

Os primeiros episódios foram os mais emocionantes, os que mais apelaram para o lado sentimental do público ao nos mostrar como cada um dos Braverman (que nome!) estava fragilizado, quais eram suas angustias, seus medos, suas lutas diárias. Ou uma breve fração de suas personalidades. Aos poucos e ao longo dos episódios já estava acostumada com a família e já queria estar no jantar, no jogo de basquete, na festa de aniversário.

Esta família começa com o casal de já avós Camille e Zeek, que tem quatro filhos já adultos. Os quatro irmãos são muito diferentes, temos o mais velho Adam, o perfeitinho que todos vão buscar conselhos e ajuda, estável financeiramente e no seu relacionamento com Kristina, o casal tem dois filhos, Haddie e Max. Sarah é a segunda irmã da família, recém separada e muda para a casa dos pais com os dois filhos adolescentes para tentar melhorar financeiramente, já que não conta com o suporte do pai dos filhos. Aí vem o terceiro filho, Crosby, o filho com a cuca fresca, sem grandes preocupações na vida. A caçula Julia é super competitiva e controladora, casada com Joel e com uma filha pequena. Todos eles fazem um bom conjunto para uma série muito agradável de assistir.

Resolvi dividir esse post em pontos positivos e negativos, mas não quer dizer que os pontos negativos sejam ruins, só não foi muito bem trabalhado até agora, ou não tão bom quanto gostaríamos.

Os pontos positivos deste início de relacionamento:

Meu plot favorito, de longe, é Crosby-Jabbar! o Jabbar é o menino mais fofo da série, ver o meninão Crosby se apaixonando por ele, aprendendo a cuidar, a ser pai e ter um bom relacionamento com a criança é lindo! Todo mundo pinta o Crosby como o mais imaturo dos quatro irmãos, e em muitos aspectos ele pode até ser, mas ele foi o que melhor lidou com os seus problemas no meu ponto de vista, ao longo da temporada. Passou de pedir conselhos a dar, o amor e a vontade de constituir família superou o medo de relacionamentos, conseguiu resolver todos os problemas que surgiram com calma, conversando. Até o aparecimento do filho e ele contar à quase noiva o que tinha acontecido ele ainda estava inseguro. Depois passou a focar só no filho e ele deslanchou. Só espero que essa mudança pra NY não dê certo, que a Jasmine receba uma proposta melhor pra voltar, algo assim. A série com ele longe vai perder em qualidade.

A Amber não teve um grande plot, mas gosto muito da personagem, sofrida, se passando de forte, e como bem reparou a Haddie, livre. Ela não é exatamente livre, porque ninguém é, mas tem uma longa jornada pela frente buscando esse sentimento. Ela é incompreendida no sofrimento que teve com os pais, e me incomoda a Sarah só piorar a situação com todas as vezes que acusa a filha, ou não a defende. Ela tem um grande potencial na série, espero que ela (e a Haddie) supere esse Steve, ele é bem chatinho e a história foi mal trabalhada. As duas primas merecem coisa melhor, em plots e em relacionamentos. Só me preocupa o que irão fazer com ela quando descobrir que ela não fez o SAT. Amber teve muitas coisas acontecendo nesse ano entre mudança de escola, paixonite por professor, namorado da prima.

Julia e Joel. O casal mais sub-explorado da série até aqui. Preferia ver mais dele e menos Kristina e Adam tendo tanto destaque sobre qualquer coisa da sua rotina e seus cafés da manhã conturbados. Eles tem uma filha que é bem chatinha, mas o relacionamento deles é bem resolvido (isso não significa sem problemas) e formam um time que se dá bem. Acho muito legal que a série não tenha falado do Joel ficar em casa cuidando da família mais do que falaram da Kristina ficar. O único problema foi dar destaque demais para ele ser popular entre as mães do colégio. Foram muitas deixas para uma futura traição, que espero muito que não venha a acontecer, seria muito clichê mesmo pra Parenthood e estragaria o casal.

Tem como não amar o Adam e ficar com muita dó em como tudo que os irmãos fazem de errado cai sobre ele? Ele é a primeira ligação de qualquer um da família, para assuntos esportivos, de negócios, de conselhos amorosos, dúvidas de limpeza, ajuda em buscar emprego. Claro que ele não tem tempo pra ele, Adam passa mais tempo cuidando dos outros do que trabalhando. Mas ele não faz isso como um fardo, ele busca isso, ele junta os irmãos, força algumas coisas acontecerem, como a conversa entre os seus pais, ou com a Sarah para ela mudar. Eu gosto de ver como foi a evolução dele com o Max, como passou a lidar melhor com o filho autista, e até o final é cada momento de ternura que amolece o coração (e sai um pouquinho dele pelos olhos…). Já no final da temporada, na caminhada em suporte à crianças com autismo, quando ele conversa com o Max sobre o troféu que ganharam, olha, é de uma sutileza e ternura sem tamanho.

Nem lá nem cá:

Não consegui decidir o que achar do plot dos patriarcas da família. Zeek não é muito polido, Camille não aparecia muito no início, e a gente sabe que estão passando por dificuldades. Mas não sei mesmo se esse plot de separação ou de falência financeira vão adiante ou seja tão interessante.

Sarah é uma personagem difícil de gostar, imatura, troca os pés pelas mãos, fala o que não deve, não assume seus erros, mas ao mesmo tempo foi feita dela um dos fios centrais da série. Cada vez que ela duvida da Amber, não a defende, falha em ver a filha, seus sentimentos e em conversar com os outros, parte meu coração. Ela está no limbo neste post por causa da sua importância na série, não por indecisão sobre a sua personalidade.

Os piores momentos:

O sub aproveitamento do Drew é um problema, nem muitas falas o garoto teve ao longo destes 13 episódios, e tirando o plot do jogo de baseball com o tio Adam, parece que Sarah nem lembra que o garoto existe, ele fica só olhando todo mundo conversar. Espero que na próxima temporada ele tenha um pouco de desenvolvimento, não precisa aparecer tanto, mas pelo menos um pouco mais. Ele é mais simpático que a Sidney, por exemplo. Foi com ele o meu momento mais #MaratonaDoChoro desta temporada, quando ele foge e vai tentar morar com o pai, que o rejeita. Podiam explorar esse lado abandonado dele.

Haddie e seu dilema virgindade, namoro, luta por atenção dos pais não condiz tanto com a história da série. Ela não é uma moça super doce, embora no piloto a caracterizem como a mocinha certinha e exemplo de boa conduta, sabemos que não é tudo isso. Mas ela também não é problemática, parece estar ali como um recurso para deixar os pais preocupados, e reduzir a participação de um adolescente à isso é complicado. Falta descobertas, diálogos com os pais, afinal, não é uma série adolescente para focar nela e nas suas amizades de colégio.

Uma coisa que me incomoda em série americana é que para quem não tem o terceiro grau, só é possível trabalhar em bar. Tem tantas outras profissões possíveis que isso fica um pouco chato quando você vê mil séries usando o mesmo recurso. E lá estão Sarah e Amber trabalhando em bares.

Outra coisa que ao final de 13 episódios não podemos deixar de perguntar: como ninguém está fazendo terapia? Além do Max, claro. São tantos problemas, tanto sofrimento que era necessário ter um trabalho e um suporte maior por eles. Kristina precisa e deixou isso claro algumas vezes, se questionando, sem tempo pra ela mesma, e com todos os problemas e dramas da sua família, ela precisa de suporte. Sarah, Amber e Drew também precisam. Camille e Zeek com certeza poderiam ter um aconselhamento.


Para a próxima temporada quero mais romance! Mais aprofundamento dos personagens e situações. Complicado algumas questões serem resolvidas no mesmo episódio e de forma tão superficial.

E agora com vocês, quem está acompanhando com a gente, o que achou desta primeira temporada de Parenthood?


Camila

Mineira, designer, professora que gosta tanto de séries que as utiliza como material didático.

Belo Horizonte/MG

Série Favorita: Fringe

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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