A segunda temporada de Narcos cada vez mais amadurece os dilemas éticos que envolvem o trabalho da polícia na caçada a Escobar. Depois da morte de Carrillo – e o fim dos seus métodos “controversos”, foi a vez de Javier repensar as suas escolhas sobre o caminho que o levaria até a execução de Pablo.
Maritza entrou em toda essa trama sem saber exatamente no que estava se metendo. Um golpe de azar que por pouco não custou a sua vida. Desde então, pode-se dizer que ela teve uma sucessão de momentos de sorte completamente inesperados. Depois de todo o estresse e toda a culpa que Peña sentiu por ter sido enganado por ela e, indiretamente, causar a morte de Carrillo, não era difícil duvidar das suas intenções ao procurar a mãe de Salome. Mas em vez de deixar o fígado falar mais alto, ele usou a cabeça e aproveitou a “agente dupla” para localizar mais um dos seus alvos. Mas a nova política burocrática do bloco de busca não dava a ele a agilidade necessária para executar a operação em um tempo minimamente viável.
Quando aceita o apoio do pessoal de Judy e dos irmãos Castaño, ele entra em um jogo que não faz sentido, considerando a sua verdadeira missão como agente da lei. Javier parece estar tão focado em matar Pablo Escobar, que esqueceu o motivo de tudo isso. Ajudar um cartel rival a obter informações privilegiadas apenas os torna mais fortes para quando Pablo cair. Mais poderosos, mais violentos, herdando todo o império de Escobar e ainda com um trunfo que o patrón nunca teve: uma fonte dentro da polícia. Porque é claro que essa relação não será enterrada na cova de Pablo. Mais que uma ressaca moral pelas alianças que fez, Javier terá que lidar com o fato de que a sua escolha tornará a morte de Escobar irrelevante para a política de combate ao narcotráfico na Colômbia.
As ruas de Medelín se tornam violentas, e agora, em vez de servir a um sanguinário populista, o povo deverá temer a uma dupla de fanáticos matadores de comunistas. E se antes os irmãos Castaño aceitavam o fato de que o território deles era apenas o dos pequenos vilarejos do interior, com o apoio dos grandes cartéis e de um americano dentro da própria polícia, as possibilidades ficaram bem maiores. Já para Judy e companhia, com a morte de Pablo sendo uma questão de tempo, o mercado de Miami parece um pote de ouro esperando para ser apanhado no fim do arco-íris.
Algumas observações:
– Quando Pablo acha que se livrou de um problema, aparece outro pior pra perturbar;
– Los Pepes inventaram o “correio deselegante”, que consiste em mandar bilhetinhos pros inimigos pendurados em cadáveres… também pendurados.
-Tudo bem que o Carrillo era um crápula, mas precisavam substitui-lo por um burocrata jurássico?
– Toda vez que começa uma cena de perseguição, tiroteio e gente correndo pelos telhados, eu imagino o Capitão Nascimento chegando com o Bope. O que, neste caso, seria uma situação bem inusitada.
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