A reta final da quarta temporada de Orange is the New Black não está dando espaço para ninguém respirar. Em Bunny, Skull, Bunny, Skull, todos os núcleos tiveram movimentações relevantes, surpreendentes, e a série mais uma vez abriu mão dos flashbacks para garantir que toda a história fosse contada.
Bem, eles abriram mão dos flashbacks, mas o presente de Aleida fora da prisão cumpriu uma função parecida com eles neste episódio. A mãe de Daya realmente saiu, e as coisas foram tão ruins quanto ela imaginou que seriam do lado de fora. Primeiro, teve um atrito com a (ex?) namorada de Cesar, apesar de toda a boa vontade da moça. Depois, descobriu que a irmã gastou todo o seu dinheiro e vendeu suas roupas para pagar remédios e fianças para o resto da família. Vimos algo parecido quando Taystee saiu da cadeia e voltou em seguida, porque o mundo lá fora já não parecia um lugar para ela. Será que Aleida vai chegar à mesma conclusão?
Litchefield formou muitas parcerias improváveis. Doggett e Boo – que estão em um momento tenso porque a caipira caiu na conversa do Donuts, como eu imaginei em Doctor Psycho – Cindy e Judy King, Suzanne e Morello. Mas poucas são tão improváveis quanto a de Sophia e Sister Ingalls. A freira ativista realmente se preocupa com a cabeleireira a ponto de se colocar em uma situação tão humilhante para tentar tira-la da solitária. Por mais que seja revoltante a permanência de Brusset naquele lugar, foi um alívio ver que ela está viva e, na medida do possível, bem. Todo aquele sangue na cela que Nicky viu me deixou muito preocupada.
As tensões estão ficando cada vez mais evidentes na prisão. Ruiz vendendo drogas pesadas dentro do salão (o que pode acabar fechando o tempo para o lado da Daya), as nazistas praticamente declarando guerra contra as negras e os guardas com comportamentos cada vez mais abusivos. As coisas não eram boas na gestão de Fig, mas a iniciativa privada acabou com qualquer noção de direitos humanos em Litchfield. As solitárias estão lotadas, as revistas “aleatórias” feitas de forma indevida nas latinas e agora até tortura as detentas estão sofrendo. Porque não existe outro nome além desse para o que foi feito com Maritza, Blanca e agora com Piper.
Caputo pode ter limpado a consciência passando a bola, ou melhor, o celular com a foto adiante, mas no fundo, ele nem se importa tanto assim. Ele não faz ideia do que está acontecendo naquela prisão, ignora os poucos problemas que chegam até ele e só vai ser forçado a olhar para lá agora que um corpo esquartejado foi desenterrado da horta. Como Lolly falou sobre aquele crime com Mr. Healy, é bem possível que toda a culpa recaia sobre a ex-jornalista, e, em um cenário bem pouco provável, respingue no conselheiro por não repassar a informação para averiguações.
Algumas observações:
– Essa temporada está cheia de cenas de cortar o coração, e a conversa de Flaca e Maritza entrou para a lista.
– Red ajudando a Nicky a sair do vício é lindo de se ver… pena que a própria Nicky não está ajudando muito, né?
– Quantos minutos será que a Piper aguenta em pé do lado da Blanca perfumadinha?
– Eu me coço toda vez que vejo a Doggett chegando perto do Donuts. Quando é que a Boo vai deixar o orgulho de lado e salvar a miga?
– E a Domingas malévola se vingando da Suzanne? Que dóóó. Ainda torço pra ela ter um trelelê com a Morello ahahaha
Gostou do episódio? Acha que as coisas vão se resolver de um jeito mais pacífico até o fim da temporada, ou ainda veremos sangue derramado até lá? Deixe seu comentário e continue acompanhando a nossa cobertura!
