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Quantico – 1×21 Closure

Por: em 13 de maio de 2016

Quantico – 1×21 Closure

Por: em

Finalmente eu poderei publicar uma resenha de Quantico afirmando ter assistido um bom episódio. Já havia colocado nas minhas reviews das últimas semanas que a série – que fez uma 1ª temporada bem inconsistente – apresentou uma suave melhora na sua reta final, apesar de ainda manter os pecados que fizeram dela um belo desencanto depois de um Piloto promissor.

Porém eu não sou injusta, Closure foi um bom exemplo de como as coisas deveriam ter sido levadas durante todo o tempo. O flashback e os acontecimentos nos dias atuais casaram muito bem e alternados, conseguiram construir um capítulo instigante (eu até larguei o celular a partir de um determinado ponto).

Em Drive fomos levados a crer que A Voz era Drew, inclusive não gostei de ver o ex-peguete de Alex envolvido, pois achava previsível que o rapaz tivesse levado todos os infortúnios que aconteceram com ele a esse ponto. Ele tinha motivos para odiar todos dentro da academia, principalmente Ryan, por conta do envolvimento dele no incidente que vitimou sua noiva grávida. Porém, as coisas definitivamente não eram muito bem o que nos foi mostrado… Então vamos mitigar e aproveitar que a mamadeira tava cheia no penúltimo episódio (e um dos melhores) da temporada.

Para começar, tudo girou em torno do incidente de Omaha quando Liam e o pai de Parrish trabalharam juntos infiltrados. Na trama, Alex acaba descobrindo que eles deram a faca e o queijo para tentar fazer com que os terroristas fossem pegos antes de concretizarem o ataque, mas tudo deu errado e centenas de pessoas morreram por causa dessa incitação dolosa feita por dois agentes do FBI. Nossa agente L’oreal decidiu seguir a profissão por causa do pai, ela queria conhecer a história do homem que era tido como um herói – profissão essa que acabou pesando tanto, que refletiu em álcool e violência dentro de casa, culminando em uma tragédia familiar.

Alex sempre quis um ponto final para o vácuo na verdadeira história do pai, que querendo ou não, também é sua história. Em Closure esse encerramento veio, desviando Parrish para dentro de um novo prisma. Ela está se formando no topo da turma, mas aquilo ainda não estava fazendo sentido para ela. Eu gostei bastante de como ela e Ryan se relacionaram aqui, não houve aquele climinha  que insistiram em instalar nos corredores da academia de formação de agentes do FBI. Aqui vimos um homem e uma mulher, profissionais, conversando sobre como a vida é comparada ao que eles achavam que deveriam ser. Essa maturidade é muito importante para estabelecer uma nova camada de profundidade entre o ex-futuro-casal.

Depois de descobrir a verdadeira motivação dos pais, Shelby contatou o agente Haas a fim de articular a entrega do casal Hyatt à Justiça. O problema é que a loirinha levou isso da mesma forma que Liam e o pai de Alex fizeram no passado, armando para que a sua mãe – Lilly Van der Woodsen ( #GossipGirlForever) – voltasse para os Estados Unidos chancelada por um falso acordo de imunidade. Iris (Spy Iris) percebendo a movimentação alerta Alex e Caleb que mais uma vez se imbuem para tentar evitar que Shelby se corrompesse desta forma, colocando inclusive o futuro dela em risco.

Alex então procura em Liam e Ryan um apoio mais incisivo, ambos colocando-se como exemplo de como alguns atos podem gerar consequências quase que permanentes, não só na carreira como na própria pessoa. Enquanto isso, Caleb – cada dia mais fofo – se materializa no quarto da mãe de Shelby, expondo a situação e ouvindo que ela realmente sentiu a carga de rever a filha, mesmo que a princípio tivesse sido só para conseguir mais dinheiro. Cara, eu sei que o Caleb errou ao mentir para sua amada Barbie, mas até agora tudo o que ele fez sempre foi movido por boas intenções. Inclusive, o mesmo sabe que por ser filho de quem é nunca terá problemas em seguir dentro do FBI – algo que reflete claramente no seu comportamento, onde toda energia é gasta para fazer com que os outros consigam algo que para ele já está garantido.

Porém Shelby não ficou nem um pouco satisfeita de ver os amigos se metendo em algo que, muito mais do fazer justiça, seria o termo de mais de uma década vivendo em uma mentira. Já sabemos que em um futuro não muito distante os pais dela ironicamente faleceram em um acidente de avião (será mesmo). Mas ainda há um espaço vazio nessa história que envolve ela indo trabalhar com o pai de Caleb, sendo provavelmente aí que nasceu a relação que acabou despedaçando todas as suas relações, profissionais e pessoais, no futuro.

Já Raina e Nimah mais uma vez destacaram-se. Mesmo estando apagadas na trama dos dias atuais, digo e repito que elas são os elementos humanos mais bem construídos de Quantico. Ver as duas, idênticas, transpassando emoções tão diferentes, confirma muito bem o quão complexas elas são – ainda mais comparando ao restante dos personagens. Desde o começo sabemos que quem foi a engrenagem para as duas estarem onde estão foi Nimah. Raina, tão intrinsecamente ligada à irmã, acompanhou e aprendeu sobre um caminho em que ambas poderiam fazer diferença e quebrar um paradigma preconceituoso acerca das suas crenças e origens.

Mas, ao se deparar com a realidade da possibilidade de enfrentar uma vida repleta de escolhas duras e difíceis provações, Raina se vê assustada e cheia de dúvidas. Ela não poderia dividir isso com a irmã, seria uma afronta para Nimah escutar sobre os seus muitos pés atrás nesse momento em que qualquer passo pode ser decisivo. Ao buscar conselhos com Ryan, ela escuta que talvez esteja precisando encontrar O alguém com quem ela se sente segura para ser verdadeira sem medo de julgamento a.k.a. Simon.

Foi bom rever Simon depois de tanto tempo, parece que passaram meses desde que ele entrou naquele carro com Will. Eu gosto bastante de como Quantico mostrou o pseudorelacionamento dele com Raina – cujo sentimento nasceu no primeiro cruzar de olhos, onde ele fingia ser homossexual e ela se passava pela irmã. Depois a série apenas deixou a entender, de maneira recatada, que os dois se reaproximaram depois que Simon teve que sair da academia. Mas quando Nimah entrou naquele restaurante eu soube – e Raina também – que, mais uma vez, ela deveria ter confiado na irmã às suas inseguranças.

A conversa entre as duas foi franca. Nimah e Raina mais uma vez falaram em como conseguem ser tão iguais e diferentes ao mesmo tempo. A diferença agora é que Nimah sabe que não pode obrigar a irmã a ser quem ela não é, caso isso seja o melhor para ela. Apesar de haver um ousado projeto em curso, onde as duas serão um valioso recurso para o FBI, ela agora tem certeza do seu caminho e que de alguma forma seus planos podem ser rearranjados para prosseguir sozinha, caso esse seja o desejo de Raina. Elas duas chegam novamente à um consenso, e é Nimah que vai informar para Simon que o sonho de amor dele foi mais uma vez adiado.

Nos dias atuais, Alex está encurralada na direção do carro de Ryan, depois dos acontecimentos semana passada. A Voz de Drew, que fez com que ela plantasse provas no computador de Booth, agora repassa comandos para que ela – aparentemente – seja a pessoa no meio de mais uma tragédia em Nova Iorque, às vésperas da eleição presidencial. Todas as forças de segurança estão a procura de Parrish, quando ela consegue informar para Shelby o real cenário dentro daquele carro.

Munida disso, Shelby procura o apoio da senadora Haas para levar a informação do envolvimento de Drew ao FBI, fazendo com que todos saibam o que realmente vem acontecendo com Alex. Achei apenas um pouco rápido demais essa solução, mas o recurso de convencer a senadora para dar mais credibilidade junto à agência é até aceitável.

O problema é, como nós esperávamos, que Drew não é a Voz – e sim mais uma vítima dela. Nos deparamos com ele e Simon amarrados enquanto ouvem a conversa de Alex com um emulador de voz. Aparentemente nenhum dos dois é o terrorista, e ambos estão em uma armadilha a lá Jogos Mortais, já que há uma bomba armada para explodir na porta caso alguém a abra. Obviamente o FBI ia conseguir rastrear a ligação e obviamente Ryan comandou um time para estourar o local.

A despeito de um último esforço de Drew para tentar alertar Alex, que está estacionada em frente ao prédio onde eles estão presos, os agentes arrombam a sala, detonando a bomba. Pronto, na minha cabeça se passou por uns instante o pensamento “Simon morreu. Drew morreu. Ryan morreu.”. Mas não, de maneira muito suspeita, Simon aparece vivinho da silva para tentar acalmar uma Alex desesperada por talvez estar na iminência de ver seu nome envolvido em um atentado sem precedentes na história dos Estados Unidos, já que a suposta bomba do carro é nuclear.

Em mais um momento tenso, Simon consegue convencer Alex a sair do carro. Eu gosto bastante do ator, ele conseguiu empregar uma tensão que acabou deixando até a atuação de Prianka Chopra aceitável. A bomba não era falsa, mas ela não iria explodir…ao menos não naquele momento.

De volta à estação, vemos que Miranda – agindo de forma bem suspeita – deixa Ryan responsável pelo setor, enquanto alegadamente diz estar indo em uma reunião com a cúpula do FBI. Mas ela mesmo se contradiz ao descer invés de subir no elevador, ligando o sensor aranha de Booth. Quando o FBI controla a situação, onde apenas Drew parece ter perecido, a bomba some do veículo oficial que a transportava. Eu sempre suspeitei de Miranda e, por estarmos falando de Quantico, já achei que o roteiro sairia com essa revelação idiota depois da cena do elevador. Mas não, eles conseguiram me surpreender.

Ultima cena. Corta para Miranda – agora procurada pelo FBI – entrando em um apartamento e caindo em si sobre uma verdade que esteve na frente dela o tempo inteiro. Mapas e monitores de vídeo monitorando todos os NAT’s da turma de Alex, bem como o prédio do FBI em cima da mesa, os quais a diretora encara nauseada quando um gatilho é ouvido. A sequência foi legal, apostando em um clichê bem novelesco de brincar com a identidade da outra pessoa. Por instantes achei que cortariam antes de mostrarem o rosto da pessoa que muito provavelmente assassinou Miranda, mas Quantico decidiu que iria para o season finale com o mistério do terrorista resolvido: Liam.

Sim meus amigos, um dos ex-peguetes de Alex e diretores em exercício de Quantico na época em que ela se formou. Apesar de toda a sua experiência e reputação, Liam provou ser – na realidade – uma pessoa bem distante da figura no pedestal. Todos sabiam que ele tinha errado (mais de uma vez), causando sérias consequências. Poderíamos dizer que até a morte do pai de Alex foi uma delas. Além disso, some-se aos fatos de que – no final das contas – ele sempre estava envolvido em algumas distância, dos momentos geradores dos maiores conflitos da série. Logo, o seu envolvimento como terrorista não surpreende, mas souberam muito bem brincar com o roteiro.

Todas as peça agora estão no tabuleiro para o season finale na semana que vem, e Closure fez bem o trabalho de levantar a narrativa para isso. Independente do fato da série ter sido irregular quanto a sua história, este bloco final de episódios – diria que os últimos quatro – fizeram com que trama conseguisse instigar o espectador, persuadindo-o a querer saber como essa confusão vai se concluir. Resta saber se Quantico conseguirá encerrar seu primeiro ano estabelecendo boas perspectivas para o futuro.

Fique agora com a promo de Yes, que vai ao ar dia 15 de maio, nos Estados Unidos.

Observações:
– Como Simon conseguiu sair daquela sala? Pela janela?
– A referência ao Kylo Ren no flashback foi um furo no roteiro, né? Star Wars estreou apenas em dezembro do ano passado.
– Aliás, notei diversas tiradas legais no episódio. Adoro referências.
– Alex apena mencionou a morte de Natalie. E o Will, gente?

Shippo!

Caleb fofo s2

E vocês? Acham que Quantico deu uma levantada ou ainda não estão convencidos? Será que veremos um incidente nuclear em Nova Iorque? Qual a verdadeira motivação de Liam? Fique a vontade para comentar e complementar a resenha!


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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