Semana após semana Supergirl tem construído sua narrativa em torno de tramas bem distantes à pergunta que nos acompanha desde a morte de Astra no episódio For the girl who has everything, e se engana quem considera isso algo ruim. Distante de qualquer negativa, nessas semanas a série tem elaborado melhor ainda seus personagens, dado mais solidez às tramas de apoio e preparando o terreno para o crossover que virá. É sobre isso que vamos falar nesta review, como Supergirl tem feito, com maestria, que nos encantássemos pela série por cada detalhe que perpassa nossos olhos e que hoje já não tenho medo de dizer que considero essa, de longe, uma das melhores adaptações do universo dos quadrinhos na TV.

Após o episódio anterior que Melissa Benoist executou com sucesso todas as faces da heroína, foi sua vez que recolher-se um pouco e deixar outras tramas sucederem como fizeram maravilhosamente bem. A trama dessa semana voltou-se para uma caça às bruxas dentro do DEO, após Hank assumir sua identidade como J’onn J’onzz para todos, comandada por Major Lucy e Coronel James Harper. E compondo o episódio tivemos ainda os flashbacks dos nossos três personagens principais – J’onn, Alex e Kara – que trouxeram a carga emocional que Supergirl nos proporciona da sua maneira.

“HUMANS CAN BE IGNORANT, ESPECIALLY WHEN THEY’RE SCARED.”

Um dos pontos mais interessantes foi de longe trabalhar com estes flashbacks a fim de darem mais solidez aos fatos ocorridos e o que levou nossos personagens até o momento atual, como por exemplo, Alex que foi recrutada por Hank após uma série de decisões erradas no seu passado, mais uma vez trazendo a tona o sentimento inicial entre as irmãs Danvers que não compunham um parceria tão forte como vemos atualmente. Também conhecemos e entendemos um pouco mais de Jeremiah Danvers e sua relação com Hank/J’onn. Na busca incessante do Coronel para punir o Caçador de Marte por qualquer causa que aquele determinasse, foi que tivemos mais conhecimento de quem fora este, um alienígena que procurou abrigo no local mais ignorante possível, nossa adorada Terra. Por falar em Jeremiah, fiquei completamente empolgada pela ideia do agente Danvers possa estar vivo e como isso pode afetar todas relações dentro do show. Se este fora mantido dentro do Projeto Cadmus ainda não sabemos o que esperar do personagem quando aparecer na série e quais serão suas ações.

Mencionando relações afetadas, isso também foi um ponto que o episódio tangenciou esta semana, quanto à algumas relações pode ter sua dinâmica circunstancialmente alteradas. Lucy foi nomeada para a posição de diretora do DEO, e terá como braço direito Supergirl para guiá-la nessa nova tarefa. A major que, inicialmente, chegou ao seriado conquistando das mais diversas reações agora começa ganhar mais espaço conforme se adentra na trama e principalmente neste momento que sabe da personalidade dupla que Kara Danvers leva, momento revelado numa tacada completamente no escuro e voto de fé em Lucy Lane, muito bem retribuído por sinal. Neste ponto vou pausar para fazer uma súplica ao Berlatini e, se você estiver lendo isso, por favor desista da ideia de Kara e James e foque no quão vantajoso poderia ser parceria de Lucy Lane e Supergirl no futuro, sem dúvidas seria muito mais engrandecedor para o seriado que um relacionamento romântico sem química e forçado (por favor, não me odeiem shippers).

Voltando a falar dos pontos principais, a relação de Alex e Hank foi um ponto trabalhado no episódio também e agora entendemos a devoção da garota que incorporou no marciano a figura paterna que lhe foi retirada, sendo sem dúvidas um dos aspectos mais fortes da série, a maneira como J’onn cumpriu com o pedido de Jeremiah em seus momentos finais – ou nem tão finais. Agora ambos estão na posição de fugitivos, mudando completamente a dinâmica do trio que atuava pelo bem de National City, incumbindo à Supergirl a posição de reconquistar a cidade sem a ajuda destes. Quanto à heroína, embora o foco do episódio fosse levar a caça às bruxas para dentro do DEO, coube a ela a posição de apoiar a trama desta vez. O flashback do passado de Kara ao encontrar-se na Terra pela primeira vez e vendo como a jovem teve que adaptar-se até se tornar a heroína que atua hoje compôs o quadro de momentos emocionantes do episódio junto dos demais.

Falado de como nossos personagens cada vez se desenvolvem mais e das tramas que ganham ainda mais força, temos que falar do crossover que já ocorrerá semana que vem. Agora Siobhan revelou seus poderes, e, até mesmo para uma personagem que particularmente não gostei desde o primeiro instante, teve uma saga neste episódio que culminou no seu final após sobreviver a uma queda usando seu grito. Agora veremos como seu ódio vai ser direcionado sendo que esta será a vilã do próximo episódio.

Então pessoal, me contem nos comentários o que acharam deste episódio e suas expectativas pelo crossover que agora está mais perto que nunca. Até semana que vem!

Eastereggs e entre outros:

• Supergirl e Superman: agora com a estreia de Batman vs Superman as referências ficam ainda mais fortes. Por exemplo a ideia que a heroína tornou-se um símbolo de esperança e medo, ideia explorada melhor no filme quase se examina as consequências do poder colossal no mundo real. Retornando agora ao filme do Man of Steel, algumas cenas podem ter soado bem similares, como quando vemos a jovem heroína, que assim como seu primo, passou a sentir muito mais do mundo ao redor, tendo que suprimir suas sensações e o momento que Jeremiah Danvers aconselha Kara esconder sua luz,tendo Jonathan Kent dado o mesmo conselho ao primo da heroína.
• Cadmus: se você é fã do Superman provavelmente já ouviu falar do Project Cadmuss, uma instituição de pesquisa do governo que lida com experiências genéticas em alienígenas em sua maioria. De acordo com James, essa é a razão pela qual Superman não trabalha com o governo. Pode ser Cadmuss nossa trama da próxima temporada? Certamente gostaria de saber mais. O nome também já apareceu no universo de Flash e Arrow, outro aspecto que interliga o universo televisivo da DC.
• Midvale: é constantemente associado à cada da heroína da série nas várias versões dos quadrinhos. É onde fica o orfanato que Superman a deixou, na pré-Crise, e onde os Danvers vivem nos primeiros episódios de Supergirl.
• James/Jim Harper: não é um nome estranho nos quadrinhos, sendo um superheroi chamado Guardião.
• Dean Cain: Jeremiah Danvers é interpretado por Dean Cain, que já vestiu uma vez a roupa do primo de Supergirl em Lois e Clark: As novas aventuras do Superman, nos anos 90.
• Hank Henshaw: também não é um nome desconhecido no universo dos quadrinhos do Superman. Henshaw foi um astronauta que morreu com sua equipe durante uma missão e teve sua mente transferida para um computador, transformando-se em um ciborgue e por fim uma ameaça.
• A Ms. Grant fazendo o James atender o telefone dela no escritório e aquela carinha, que cena hilária.
• Esperando que invistam mais numa amizade entre Lucy e Kara, pode ser algo bem legal de assistir.