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Supergirl – 2×04 Survivors

Por: em 3 de novembro de 2016

Supergirl – 2×04 Survivors

Por: em

Survivors foi um episódio inteiramente voltado para suas tramas secundárias, embora nossa heroína da série não tenha sido necessariamente o destaque nessa semana, nem por isso o que foi exibido foi menor. Muito pelo contrário, a série mostrou como sabe trabalhar em cima de seus outros personagens e em seus respectivos plots, inserindo tudo isso no contexto e entrelinhas que a produção busca discutir a cada episódio.

É muito satisfatório ver como a atração aprendeu a lançar mão de seu discurso de uma maneira que não soasse forçada ou desconexa, simplesmente tudo se encaixa. E nada melhor que trazer dos quadrinhos o enredo do Aliens Fight Club para as telas e trabalhar em cima disso aquilo que a série já indicou ser seu foco. E já começo desde já elogiando Dichen Lanchman no papel da vilã Roulette, numa série de, já disse várias vezes e torno a repetir, mulheres poderosas, Veronica Sinclair no proporciona um panorama ainda maior desse emponderamento. Dichen deu o tom perfeito para a vilã que saiu das comic books para a telinha e salientou discussões importantes para o contexto da série, e da nossa própria realidade aqui no momento que vivenciamos. E algo me diz que esta não será a última vez que a veremos.

roulette

Quando a série se volta para seus coadjuvantes, nem sempre isso pode vir a ser uma boa ideia, porém no contexto de Supergirl, podemos contar com um time excelente desses outros personagens que são capazes de brilhar tanto quanto a protagonista do show. A começar por Winn, que ainda não havia discutido muito bem como o personagem encontra-se excelente nessa temporada. Desde que foi incluído no time do DEO, o gênio da informática finalmente parece estar confortável em seu papel e tem garantido interações cada vez mais excelentes ao personagem. Colocar Winn para contracenar ao lado de Mon-El foi algo inteligente e não consigo pensar em alguém tão bom para ensiná-lo um pouco sobre como as coisas funcionam aqui na Terra. Se a série começou a construir um bromance aí, e, diga-se de passagem, que ele rendeu excelentes momentos, espero ver muito mais desses dois personagens juntos.

E por falar em Mon-El, a adição do daxaniano para o time de Supergirl foi excelente. O jovem recém-chegado e imaturo, porém, com um poder imensurável, coloca a personagem título para lidar com o mesmo e oferece-lo ajuda enquanto sua tutora. Ainda faço um elogio para a química entre Benoist e Wood em tela que é realmente notável. Essa aproximação entre o sobrevivente de Daxam e a kriptoniana vai ser ótima enquanto desenvolvida, simplesmente pelo fato que Kara cresceu sem ter completado seu propósito e agora terá a chance de ajudar alguém que se encontra numa mesma realidade que ela quando chegou aqui na Terra.

Contudo, toda a carga dramática do episódio ficou por conta de J’onn e M’gann, os Últimos Filhos de Marte. Ainda assim, falta um pouco mais de aprofundamento em M’gann e sua vulnerabilidade, não foi possível construir uma empatia ainda pela personagem, apesar do trabalho excelente Sharon Leal em seu papel. Mas é importante lembrar que foco estava inteiramente em Hank, que lidou sua vida inteira com uma parcela de culpa por ter sobrevivido como o Último Marciano e descobre não ser mais. Toda a bagagem que vem acompanhada deste plot pode ser bastante emocional, se a série souber trabalhar bem em cima disto. Todo esse sentimento de culpa dos sobreviventes pode vir a ser uma grande temática para os marcianos, principalmente levando em consideração a revelação ao final do episódio, que seguiu a história dos quadrinhos, contanto que a Miss Marte é uma marciana branca. O que nos leva entender que sua participação no clube da luta é muito mais profunda, o fato de lutar e se recusar a matar é algo que a faz controlar seu verdadeiro instinto.

E outra vez a série usou de seu texto e diálogos análogos, assim como o fez em Welcome to Earth, para incitar discussões importantíssimas. O significado de humanidade é algo tão simples para nós compreendermos na nossa realidade, por outro lado, no universo de Supergirl a discussão se torna muito mais profunda que isso, em uma situação que esse conceito pode muito bem se estender para os alienígenas. O Fight Club serviu muito bem como uma alegoria para essa temática sobre alienígenas/refugiados, demonstrando a força do plot em questão que irá movimentar a temporada, que propõe muitas coisas a serem discutidas.

Apesar do episódio forte que integra uma temporada excelente em termos de qualidade e enredo, alguns pontos deixaram a desejar. O primeiro deles foram as lutas que ficaram muito aquém das expectativas neste episódio, principalmente por se tratar de um clube da luta, era de se esperar muito mais dessas cenas que não tiveram muita força. Outro aspecto que a série tem deixado a desejar, mas que não me incomodava até aqui, é o quão caricato tentam fazer a imagem de Snaper Carr, que eu torcia para ser algo bom, porém só tem se tornado um chefe carrancudo passando longe de ser algo minimante interessante. Toda essa jornada de Kara e de autodescobrimento tem deixado muito a desejar, apesar que ela tem se mostrado muito competente como uma jornalista, não deixo de pensar que usar Supergirl como uma fonte anônima foi uma saída fácil para um problema que criaram e o próprio Carr é um problema que os próprios não sabem resolver ou transformá-lo em um personagem bom.

E lógico que não poderia passar batido de um ponto no episódio que recebeu seu merecido destaque, que é a construção do relacionamento entre Alex e Maggie. A forma tão natural e simples que o texto constrói a história entre as duas nos dá algo muito lindo de acompanhar e só consigo elogiar o roteiro que faz isso crescer a cada semana sem soar forçado de maneira alguma.

supergirl-204-alex-maggie

Survivors foi um episódio que conseguiu compor a temporada excelente que se constrói esse ano, apesar de cair um pouco em relação aos capítulos anteriores. Mas nem por isso deixou de corresponder com o nível de qualidade que se constrói, a ideia de voltar para os plots secundários e colocar Supergirl um pouco como coadjuvante na história tornou as coisas um pouco diferente e ainda assim, tão excelentes quanto, garantindo uma nova visão da história que estão nos contando. É praticamente inevitável não enxergar as similaridades que com os momentos atuais e não ver as diversas analogias que fazem entre os contextos. O que faz com que Supergirl não se abstenha da sua função de construir uma história profunda e realista da nossa própria realidade.

Observações:

  • Destaque para Winn e Mon-El saindo para beber.
  • A vilã Roletta surgiu nos quadrinhos como inimiga da Sociedade da Justiça. Assim como nos quadrinhos, deu para observar que ela não é super-humana, mas possui um raciocínio e inteligência muito desenvolvidos, e usa dessas habilidades para trapaças e jogos.
  • Uma das aparições mais memoráveis da vilã é justamente no Clube da Luta, a diferença entre os quadrinhos e na série, é que no primeiro ela promove lutas clandestinas entre meta-humanos e no segundo isso ocorre entre alienígenas. Mas as propostas são bem similares.
  • Draaga, o alienígena que vemos em combate com a Supergirl, já apareceu nos quadrinhos e tem um histórico de combate por diversão.
  • Em determinado momento Mon-El menciona o Mundo das Guerras, que foi onde Superman teve que lutar com um Draaga, no planeta-arena.
  • A Miss Marte revela sua verdadeira natureza como uma Marciana Branca, que faz sentido levando em conta a história das HQ’s que ela se passa por uma Marciana Verde para não tomar a má reputação de sua natureza.
  • Põe Maiara e Maraísa para a Alex escutar quando ver a Maggie saindo com a namorada por favor.

Assistam a promo do próximo episódio :


Gabriela Vital

A Kardashian perdida que sonha em ser médica um dia.

Vitória / ES

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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