Essa semana, The Exorcist conseguiu nos apresentar mais um episódio satisfatório. Mantendo a qualidade do segundo e aprendendo com os erros da premiere, apesar de não ser tão movimentado quando os demais, a história andou de maneira considerável e colocou as peças do tabuleiro na posição correta.
Começando com Casey, que está ficando cada vez pior. Se antes ela não se lembrava do que acontecia, agora ela já tem uma consciência maior sobre a possessão. Tanto que aceita o demônio cada vez mais fácil. Sem perceber, ela perdeu o controle sobre si mesma. E é irônico ver que, com tantos perigos em volta, o que realmente desencadeou toda a confusão foi ser vítima de um machismo tão impregnado na sociedade, que as pessoas do metrô nem fizeram o esforço de ajudá-la.
Seu pai, que teve a história do acidente finalmente revelada, ainda tenta ajudá-la, mas como ajudar alguém quando ele próprio precisa de ajuda? Apesar de querer o bem, sua memória, jeito de falar e constantes apagões colocam tanto a vida dele quanto das outras pessoas em risco. Se ele estivesse acordado, talvez pudesse tê-la salvo do assediador, mas infelizmente não foi isso que aconteceu.
Agora que tantas pessoas viram o que a garota fez, o mais provável é que ela não saia daquele vagão calmamente. Talvez a polícia apareça e talvez só agora ela comece a ter o acompanhamento psicológico tão mencionado. É interessante ver que, normalmente, o lado científico sempre é levado em conta antes do lado religioso, já nesse caso, ele aparece depois de tudo. Mas, se os pais e os padres envolvidos já sabem que se trata de uma possessão, será que ela ficará sendo estudada por muito tempo?
Ainda é cedo para afirmar, mas analisando esse núcleo, é possível ver o desejo do roteiro em se abrir em várias direções. É certo imaginar que essa história do metrô irá se espalhar, então como será a vida de Casey daqui para frente? Será que as pessoas vão escolher sair de perto dela, abrindo assim mais espaço para que o demônio entre e se estabeleça?
E se com uma irmã as coisas não estão boas, com a outra tudo só tende a piorar. Graças ao foco do episódio ser no passado dos personagens, conseguimos entender melhor o acidente de Kat. Julia não era só sua amiga, era seu grande amor. E o fato da mãe sempre mencioná-la como amiga talvez revele um pequeno preconceito na família. Não foi possível ver nitidamente o rosto do homem no meio da estrada, mas seria ele o demônio que atormenta Casey? Será que o plano inicial era ficar com Katherine?
Seja como for, a garota precisar encontrar suas forças, afinal, a irmã precisa de todos que puder. E levando em conta a relação das duas e o pouco de inveja que Casey sente dela, será Kat a única que conseguirá recuperar o lado humano da irmã? Claro, um exorcismo funciona com oração, mas o possuído também precisa ser forte para expulsar o demônio. Será Kat que conseguirá despertar essa força nela? Ainda é cedo para descobrir, mas a relação das duas provavelmente continuará a ser trabalhada.
Já Angela se encontra cada vez mais encurralada. Com a família inteira com problemas, a pressão do trabalho e a relutância da Igreja em ajudar a filha, ela se encontra cada vez mais sem esperanças. Seja como for, no momento, ela é a única capaz de lidar com a situação. Ela foi a primeira a perceber tudo, não por ser a mais esperta, mas sim por ser mãe, e uma mãe sempre sabe o que acontece com o filho. Se as garotas estão na pior, imagina ela que sabe de tudo e não tem ideia de como lidar com a situação.
Com os padres, as coisas também não andam nada fácil. Marcus foi excomungado simplesmente por tentar fazer a coisa certa. É engraçado ver que a Igreja é a que mais prega o amor ao próximo, mas os que estão por cima sempre são os mais arrogantes nesse quesito. Bennett, que por uns instantes pareceu não dar crédito à história, está sutilmente ajudando Marcus a fazer a coisa certa. Marcus, por sua vez, precisa ter cada vez mais fé. Levando em conta que a morte do menino Gabriel ainda mexe com ele, realizar um exorcismo tendo essa fraqueza pode piorar tudo.
Já Tomás está entrando em um caminho até então desconhecido por ele. Se antes ele tinha que lidar com o passado, agora ele precisa lidar com o presente e com o futuro. Como o mesmo disse: nada vem de graça. Aquela quantia de dinheiro certamente exigirá retorno, mas será que ele estará preparado quando esse dia chegar? Essa aliança com Maria Walters pode não ser a melhor decisão. Ela é o tipo de pessoa com influência e que consegue tudo o que quer com dinheiro. Será que ele estará preparado para enfrentar isso?
No geral, a história está ficando melhor a cada episódio. A tensão construída é ótima e, apesar de não transbordar terror como se era esperado, o suspense é muito bem trabalhado. A trilha sonora melhora a cada episódio e é ela que dá o tom certo ao momento. Agora é esperar para que a qualidade se mantenha e que o roteiro continue interessante.
Observações:
–Realmente não podemos julgar uma série pelo piloto.
–Achei que a Casey ia quebrar as pernas das bailarinas. Fiquei tenso durante toda a apresentação.
–Bennett, desculpa ter falado mal de você antes. Já te perdoei.
–E esse Vocare Pulvere que vão fazer? Será que a Casey estará envolvida? Estou bem ansioso.
–É sempre bom ver Marcus usando o famigerado chapéu. É um clássico!
–Herrera e Davis me conquistam cada vez mais.
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