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The Flash – 2×21 The Runaway Dinossaur

Por: em 11 de maio de 2016

The Flash – 2×21 The Runaway Dinossaur

Por: em

Quando a primeira partícula subatômica saiu do Big Bang para criar a realidade como você a conhece, nós estávamos lá. Quando o último próton decair, parar de vibrar e mergulhar o mundo na morte térmica, também estaremos lá.

No episódio mais emocional da temporada até então (e, em minha singela opinião, não só um dos mais bonitos deste segundo ano, mas da série de maneira geral), The Flash nos “apresentou” a mítica SpeedForce e forçou Barry a embarcar numa jornada pessoal de autoconhecimento, dúvidas e aceitação. 

Barry-Nora

Desde que a série começou, a força da aceleração está presente, mas essa é a primeira vez em que a energia assume um papel importante e distintas formas, de modo a orientar Barry em seu novo desafio. Olhando superficialmente, muitos podem até mesmo acusar o roteiro de negligência por, em plena reta final da temporada, decidir pisar o pé no acelerador e apresentar este episódio mais contido e voltado ao psicológico do seu protagonista. Contudo, as conversas de Bar com as versões speedforce (não achei modo mais bonito de chamar, me perdoem) de Joe, Iris, Henry e Nora trazem consigo uma carga de significado muito maior do que aparentam. As representações das pessoas que Allen ama aparecem aqui como um retrato de sua consciência, mas não para julgar e sim para deixá-lo refletir por conta própria sobre os caminhos que tem tomado e o que ainda precisa trilhar para, de fato, poder voltar para casa.

Joe representa o pai adotivo com quem ele pode contar a vida inteira e que, mais uma vez, mostra-se o mais doce dentre todos. Comparando a representação do policial com a dos demais, é possível identificar um tom realmente fraternal, sereno… como alguém que quer colocar o filho no colo e cuidar, para que nada de mal lhe aconteça. Iris se apresenta como o amor em sua forma mais pueril; nostálgico, tolo e cegamente apaixonado. Henry faz as vezes de raciocinalidade, aquele responsável por sempre colocar os dois pés do filho no chão… o farol que ele sempre buscou quando precisou de auxílio, por mais duro que o mesmo fosse parecer. É muito bacana que o roteiro de The Flash consiga entender tão bem seus personagens, de modo a fazer com que seus espelhos dentro da speedforce casem perfeitamente com a realidade.

E é exatamente por isso que o responsável por ajudar Barry a finalizar sua jornada não é o afago de Joe, o amor de Iris ou a racionalidade de Henry. Era preciso mais uma conversa com Nora – ou o que a Speedforce entendia dela – para que Barry pudesse entender não apenas a situação que vivia, mas também a si próprio. Quando concerne a mãe, não é novidade alguma que Bar volta a ser novamente o menino assustado que viu sua vida mudar da noite pro dia quando aquela que lhe deu a luz pereceu diante de seus olhos. Como Allen disse: Ele nunca superou e nunca vai superar e isso é a chave. Não o seguir em frente. Não o se mostrar mais forte. Mas o entender, puro e simples, de que aquele momento definiu para sempre a vida de Barry. Fez com que ele se tornasse o Flash, salvasse diversas vidas, se tornasse um herói… Alguém maravilhoso e de quem Nora com certeza sentiria muito orgulho. A história do dinossauro que queria ser mais forte, mas que no fim das contas percebeu que só precisava do amor da mãe, é a metáfora perfeita para isso. Barry não precisava superar. Precisava entender isso e enfim, acertar as contas com aquele que é seu maior inimigo: Ele mesmo, em outra ótima metáfora, como o velocista que ele precisava capturar.

westallen

Partindo desse mesmo princípio, é significativo que seja Iris e não Cisco aquela que estende a mão que traz Barry de volta. O desenvolvimento dos dois segue acertando em quase todos os pontos e que eles não tenham ficado juntos na belíssima cena do cemitério (“Sua voz será a que sempre vai me trazer de volta para casa” foi muito bonito e marcante) é mais um sinal do quanto Berlanti e equipe estão tendo cuidado ao conduzir essa história. Eles não vão ficar juntos da noite pro dia, porque no momento, as preocupações são maiores, com um megalomaníaco psicopata querendo destruir tudo e todos os acontecimentos recentes que aconteceram a eles. Pelo menos eu sei que a equipe de roteiristas está lendo minhas reviews, né? Semana passada eu comentei que o que era mais bacana em WestAllen era que os dois sempre estiveram ali um para o outro quando ninguém mais estava e, agora, o próprio Barry verbalizou isso.

Na outra linha narrativa estabelecida pelo episódio, tivemos o retorno do Viga, graças a nova explosão do acelerador de partículas. Depois de tudo que a gente viu de Barry e da speedforce, acredito que toda essa história ficou em segundo plano, mas acho bacana destacar o modo como Harry ficou devastado ao ver que o plano não tinha dado certo, mas mesmo assim, deixou a filha aos cuidados de Henry. Mais uma prova do quanto os dois representam perfeitamente os opostos de razão e emoção. Toda a luta com Tony não teve exatamente muita coisa interessante, excetuando, talvez, o fato de ver o time se virar sem o Barry até onde conseguiram. Ganhei certificado de trouxa achando que Wally e Jesse já acordariam com poderes e o usariam para ajudar o Team Flash, mas nem isso. Não entendi exatamente o que está acontecendo com eles… Talvez a speedforce esteja adormecida ou algo assim e isso será “acordado” na season finale. Mas que essa explosão não foi aleatória, não foi.

zoom

Terminamos o episódio com mais uma demonstração da megalomania de Hunter. Depois de ameaçar Caitlin, que provavelmente vai acabar cedendo e ficando do lado do vilão, ele assumiu de vez o posto de doente e discursou para seu exército de metahumanos do jeito exato de um ditador. Com apenas 2 episódios restantes, os prognósticos não são legais, não.

Outras observações: 

– Harry citando Karl Marx. Agora já sabemos que ele também existiu na Terra-2.

– Cisco sempre com as melhores reações! “Estou muito feliz em te ver, Barry, mas acho que a gente tá quase morrendo.”

– A cara do Wally quando o Joe tentou forçá-lo a mostrar seus poderes foi impagável.

– Eu tava emotivo demais hoje ou esse episódio realmente era pra levar alguém as lágrimas? Porque eu chorei.

– Nem precisa dizer o quanto o Grant Gustin manda bem nas cenas de emoção, né? Eita moleque bom. Aprende, Amell. (Amell’s, no caso, porque os dois precisam)

– Não me soa bom sinal a decisão de Henry de ficar na cidade.

Fique com a promo de Invencible, episódio da próxima terça, que tem a presença de nossa amada Katie Cassidy!!! Até lá, manda brasa nos comentários e divide comigo o que você achou desse episódio lindo.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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