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The Walking Dead – 6×16 Last Day On Earth (Season Finale)

Por: em 4 de abril de 2016

The Walking Dead – 6×16 Last Day On Earth (Season Finale)

Por: em

E se esse for o seu último dia na terra? De alguém que você ama? Pois é, esse dia não foi ontem e nem amanhã. Somente em Outubro, mas falaremos disso daqui a pouco.

Ok. Respire. Foi isso. Tive que assistir o episódio umas duas ou três vezes para tentar começar a comentar e fazer um bom texto expondo todo esse misto de emoções que a season finale da série causou. Foi polêmico, dinâmico, angustiante e envolvente. É isso que nos fazem se apaixonar por uma série dentre as tantas que nós vivemos e fazemos quase o impossível para acompanhar. É isso, esse misto de emoções que a gente se propôs a ter quando aperta o play para acompanhar várias histórias. Foi essa reflexão que tive durante esse último episódio.

Vamos começar pela trama “paralela” que perdurou durante os conflitos do último episódio. Morgan rapidamente encontra uma Carol ferida tanto emocionalmente quanto fisicamente. Ela quer se entregar a morte, nada mais faz sentido para essa mulher que tanto sobreviveu e lutou. Ver sua entrega para um dos Salvadores que havia sobrevivido na estrada foi uma prova disso, a filosofia de Morgan nunca foi tão confusa, tão polêmica, de diferentes lados. Por exemplo: Carol não matou o capanga restante, ele voltou para matá-la. Lei do retorno. Felizmente, Morgan acabou com o homem para salvar sua aliada. E como fica a partir disso? Ele deu a chance, o homem não quis, ele matou. É difícil saber onde essa história irá chegar, são diferentes contrapontos e entendo a causa da nossa rainha ter ficado no mínimo desnorteada. Melissa McBride é consagrada dentro da série, uma das melhores e protagonista da maior transformação que uma personagem pode ter.

Walkers - The Walking Dead _ Season 6, Episode 16 - Photo Credit: Gene Page/AMC

Mas vamos aos finalmentes. Com o problema da Maggie, foi óbvia a urgência do grupo em sair de Alexandria para salvar a vida dela e a do bebê. Era a oportunidade que os Salvadores precisavam e o grupo subestimou isso. Encurralados de todas as formas e transcendendo para o público todo essa angustia de não conseguirem chegar em Hilltop. Por mais que a cena de Eugene demonstrando para todos o quão grande e corajoso ele pode ser nos emocionando em vê-lo sozinho, não foi o suficiente para que a horda (dessa vez não de zumbis, mas de Salvadores) os encurralassem mais uma vez para o abate. Foi arrepiante ver todo o elenco principal reunidos e ajoelhados diante dele. Negan.

Andrew Lincoln estava perfeito como sempre; Jeffrey Dean Morgan fez uma entrada triunfal, esperada e de tirar o fôlego. Quem não deixou o número da ambulância por perto caso acontecesse algum problema cardíaco? Eu cheguei a esse nível. Todo aquele extenso discurso do chefe dos Salvadores em como era a nova ordem mundial e que deveriam obedecê-lo no esquema que já funcionava com Hilltop, só serviu para o frio na barriga aumentar e contemplarmos o brilho de Lucille.

Negan explica que um deles deverá ser castigado depois de ter parte de seus capangas assassinados. Depois de um uni-duni-tê torturante e uma vítima escolhida e assassinada, nós ficamos sem ter a identidade do personagem que de fato nos daria adeus. Quem seria essa pessoa? Não sabemos. Além de ter maltratado nosso emocional, tiveram a atitude covarde de deixar um dos momentos mais impactantes da série e da HQ (foi a edição 100) e segurar a audiência ou trazer mais (?) para a série em Outubro. Foi frustrante, cortou o clímax. Quando outubro chegar, digo por mim, nem interessado mais em saber quem morreu vou estar. Talvez, numa mid-season tudo tornaria-se no MÍNIMO aceitável.

the saviors - twd season finale

Tenho certeza que foi muito difícil os produtores optarem por essa escolha, há muita coisa envolvida nisso, The Walking Dead é uma série de porte grande, violenta, onde todo mundo está de olho e com certeza, isso entra para a história como um divisor de águas. Valerá a pena trocar um momento épico para exatos seis meses de espera e causar barulho até lá (porque causaria) por um cliffhanger que só servirá para dividir opiniões do grande público. Temos como exemplo o do episódio passado, que só serviu para causar alvoroço nos fãs que ainda restam de Daryl, pois convenhamos o tempo dele em tela já passou. Vale a reflexão, mas foi essa minha sensação, fomos deixados na mão em um episódio maravilhoso e bem construído. Nicotero (diretor) e Gimple (showrunner) não decepcionam e desta vez não foi diferente na execução do episódio em si. Seria culpa exclusivamente do canal que banca a série? Gana por audiência? Muito provavelmente.

Esse não é o fundo do poço, ainda não estamos lá. A série ainda nos proporciona momentos incríveis, reflexões bonitas, um elenco unido e maravilhoso. Mas tudo isso deve ser posto em jogo? Brincar com a audiência (ou os fãs) talvez não seja uma boa opção para um show que causa impacto e emoções. São deslizes como esses que não são perdoados, de tão frustrantes.

Ao invés de tentar saber quem morreu, a única pergunta que fica é se a série está disposta em optar pela audiência fácil do que boa qualidade. Melhor nos acostumarmos, pois parece que já temos a resposta. Last Day On Earth foi decisivo para a trama e o começo de uma nova era, resultado de uma boa construção dessa segunda parte da temporada.


Muitas observações:

  • Carl tornou-se um bom soldado.
  • Bela evolução do Padre Gabriel. Morri de amores com ele na torre e garantindo a Rick que protegeria Judith.
  • A amizade de Abraham e Eugene acaba comigo.
  • Como não derramar lágrimas ao ver Glenn em desespero por Maggie estar ali?
  • Que desperdício de madeira foi aquele? Cadê a patrulha do meio ambiente?
  • Pausa para o medo de Rick em perder mais uma esposa. Pausa para todo seu medo diante dessa situação.
  • Bem vindo, Jeffrey Dean Morgan. Você brilhou.

Vem comigo, eu não desisti disso ainda (acredito que você também não) e vamos nos unir para que em Outubro podemos descobrir quem teve o último dia na terra. Não deixa de comentar!


Pedro Fernando

Paulistano e nerd. Viciado em livros e séries que possuem bons dramas, seja de fantasia ou ficção científica. Apaixonado por séries desde a época das tardes de ouro do SBT, com Um Maluco No Pedaço e Eu, a Patroa e as Crianças. A partir disso o amor só cresceu!

São Paulo - SP

Série Favorita: The Fosters

Não assiste de jeito nenhum: CSI: Criminal Scene Investigation

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