Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

This Is Us – 1×05 The Game Plan

Por: em 30 de outubro de 2016

This Is Us – 1×05 The Game Plan

Por: em

A dúvida finalmente se tornou certeza, e por mais doloroso que possa ter sido a revelação sobre Jack, o pior ainda está por vir. Não sabemos como ele se foi, mas sabemos que o que restou foram lembranças, saudade e cinzas! The Game Plan foi sobre a vida e a morte, foi sobre Jack e Rebecca, foi sobre Beth e Randall, foi sobre Kevin e as meninas, foi sobre nós.

Então, pintei isso, pois acho que a peça é sobre a vida, sabe? E a vida é cheia de cores e cada um vem e adiciona mais cor à pintura. Mesmo que não seja muito grande, a pintura, vocês veem que continua para sempre. Em cada direção. Tipo, para o infinito, sabem? Porque a vida é meio assim, certo?

Ter filhos não é nada fácil e decidir conjuntamente com sua/seu parceirx também não. Enquanto uns querem a todo custo, outros nem cogitam a ideia só de imaginar todo o trabalho, a falta de vocação e inúmeros motivos que podem vir acompanhados da decisão de não ter filhos. Mas independente da sua vontade, desde sempre fomos ensinados que procriar é a melhor solução. Na verdade, a missão de vida é justamente essa. Se preocupa com o nascimento que o resto a gente ajeita (só que não). Mas eu não quero entrar em uma seara que não foi abordada pela série, mas sim falar sobre as discussões e as inquietações do Jack quando ouviu umas duas vezes a Rebecca dizer, basicamente, que não queria ter filhos por agora.

Como eu disse, inúmeras podem ser as razões pelas quais um casal decide não ter filhos. E uma delas é a que tanto amedronta Rebecca. E se tudo se tornar difícil? E se as coisas não continuarem tão bem? E se tudo que construímos até agora simplesmente desmoronar a partir do momento que chegar mais um pra família? Acredito que foram esses os questionamentos feitos internamente por ela e por algumas pessoas pelo mundo afora. O diferente assusta, a mudança também e as vezes a gente só quer que tudo não mude, que continue exatamente como está. Seja nas relações familiares, profissionais, amorosas ou de amizade. Não é à toa que existe aquele ditado “em time que está ganhando não se mexe”.

446686

E por falar em time, o que moveu todo o episódio foi a paixão pelo esporte. Não é só aqui que temos xs apaixonadxs por futebol. Uma nação para quando o time/seleção do coração está em campo e lá nos Estados Unidos não é diferente. E para torcer, vibrar e secar seja lá quem for, rituais, mandingas e superstições são feitas para que tudo saia como planejado. Cabe a quem não curte uma bolinha rolando pra lá e pra cá, como no caso do BR, respeitar e entender que é um esporte muito sagrado, ainda que nos traga dores de cabeça posteriormente.

Dito isso, é compreensível que a Kate tenha tido aquela atitude com o Toby. Pela primeira vez todo o seu cuidado e vontade de estar perto dela se transformou numa forçação de barra sem fim. É legal vê-los juntos e a cumplicidade e cuidado que um tem com o outro são atitudes realmente muito sinceras, mas veja, de que adianta todas essas coisas bonitas se ele é incapaz de levar a sério dramas (e leiam “drama” com o sentido leve da palavra) e problemas próprios da Kate? Apesar de estar sendo muito bom para ela, o Toby vacilou feio, e todo aquele desconforto protagonizado pela Chrissy Metz realmente me atingiu a ponto de sentir vergonha alheia de todas aquelas cenas até a hora em que ela decide sair do apartamento.

É bem louco que 100 anos atrás, um cara que nunca conheci veio para esse país com uma mala, ele teve um filho, que teve um filho, que me teve. Quando pintava, pensei, talvez essa seja a parte dele, e aqui embaixo seja a minha parte da pintura. Pensei: e se todos estivermos na pintura toda? E se estávamos na pintura antes de nascer? Se estivermos nela depois de morrer? Se as cores que continuamos adicionando, e se continuarem ficando uma em cima da outra até que um dia não somos mais cores diferentes? Somos uma coisa só. Uma pintura.

446675

Com o Kevin morando com o Randall, o seu plot parece ter mais vida e consegue ser mais agradável a partir de agora. A sua relação com as meninas é ótima e consegue ser divertida em alguns momentos. De mesmo modo, o William consegue passar, em um excelente diálogo com o Kevin, que ele é tão bom quanto imagina. E ao não acreditar em si mesmo, ele dá margem para que a insegurança tome conta de si e o prejudique nas oportunidades que possivelmente apareçam. E é interessante vê-lo nessa nova fase da sua vida, tentando se desvencilhar da alcunha do Manny e resolvendo seus problemas no mesmo instante que eles surgem.

Meu pai não está mais entre a gente, ele não está vivo, mas está com a gente. Ele está comigo todos os dias. Tudo se encaixa de alguma forma e mesmo que vocês não entendam ainda, as pessoas que amamos morrerão em nossas vidas. No futuro, talvez amanhã, talvez daqui a alguns anos …
É bem bonito, se for pensar que só porque alguém morre, só porque não pode mais vê-los ou falar com eles, não significa que não estão na pintura.

Quanto a Beth e Randall, os dois são ótimos juntos e é sempre uma diversão vê-los em cena. A ideia de estarem a sós e poderem curtir um ao outro foi boa, mas como sempre algo tem que atrapalhar, desta vez, o medo da Beth estar grávida foi o causador de problemas. Todo aquele espetáculo protagonizado pelo Sterling K. Brown e a aflição da Beth foi digna de aplausos. É surreal a forma como ele consegue ser transparente nas suas atitudes, toda a expressão corporal, o trejeito e as falas só fazem com que o personagem seja um dos mais carismático e mais queridos da série. E isso só nos mostra também que o Emmy de melhor ator coadjuvante em minissérie foi mais do que merecido.

446678

Além das incertezas em ter filhos, o episódio foi feito sob uma perspectiva entre passado e presente. Mas além disso, um passado pouco conhecido por nós. Saber da história, nem que seja de forma resumida, da Rebecca e do Jack nos faz entender de onde vem toda a similaridade entre os irmãos e os pais. A paixão da Kate por futebol se deu em razão dos seus pais, que foram completamente diferentes do que os pais da Rebecca. Essa singularidade em explicar e nos fazer entender como as histórias funcionam tão bem em This Is Us é tão mágica que faz com que a série seja tão querida em pouco tempo.

Acho que esse é o intuito da coisa …
Não existe morte. Não tem você ou eu ou eles. Somos só nós. Essa coisa desleixada, selvagem, colorida e mágica que não tem começo e nem fim.
Isso bem aqui…  Acho que somos nós.

The Big Nine

P.S.: Todo mundo nesse elenco canta? Que que isso?!
P.S.: A piada do vinho foi legal, ponto pro Kevin!
P.S.: “Controle sua mulher” Rai ai.
P.S.: O que foi aquela pausa no jogo? Doeu em mim, parece até minha mãe quando quer conversar e pede para pausar o episódio ou dar mute nos jogos.
P.S.: Kevin lidando com as crianças é tão eu. As vezes deixo até escapulir um xingamento =x
P.S.: Vai ter barbie negra sim, porque representatividade importa! Go girls!
P.S.: Tive que colocar o monólogo do Kevin em partes, porque realmente foi bonito e deu um fim a nossa saga em descobrir se o Jack tava vivo ou não. Totalmente oportuno, parabéns ao Justin Hartley.
P.S.: Toda vez que eu vejo o Miguel eu fico que nem aquele emoji revirando os olhos.
P.S.: O Randall tava guardando as roupas do William? Foi um flashforward? Alguém confirma, pelo amor.

Como vocês estão se sentindo depois desse episódio? Já imaginava que o Jack estava morto ou ainda acreditava ferrenhamente que ainda havia esperanças? Conta pra mim nos comentários e até semana que vem!! Bjocas


Helaine Marina

Assiste séries com a mesma frequência que sente fome. Estudante de Direito, futura professora de Inglês e louca pelos animais, em especial, seus amigos. Uma aquariana que não é brinquedo não .

Salvador BA

Série Favorita: Impossível decidir

Não assiste de jeito nenhum: Glee

×