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This Is Us – 1×07 The Best Washing Machine in the World

Por: em 19 de novembro de 2016

This Is Us – 1×07 The Best Washing Machine in the World

Por: em

É curioso como a gente recebe das séries, filmes, músicas e livros o tapa na cara necessário para nos fazer refletir sobre todas as ações e reações do seres humanos. Eu digo isso, porque é muito comum, principalmente com a evolução da sociedade, que todas as nossas atitudes sejam desconstruídas a todo instante, quase que num loop infernal, na tentativa de nos mostrar que nós não estamos certos. Definitivamente, a reflexão das nossas ações e a auto análise dessas atitudes se faz extremamente necessária para que a gente cresça quanto indivíduo e amadureça enquanto sociedade. Dito isso, gostaria de lhes convidar a uma análise não só sobre The Best Washing Machine in the World e suas teorias a respeito do Jack, as inseguranças do Kate e Kevin, como também as proporções disso na nossa vida. E aí, preparadxs?

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Mesmo após a confirmação da morte do Jack, nosso sofrimento ainda não acabou. Muito pelo contrário, é necessário, agora, saber de que forma ele morreu e quando ele morreu. Esse questionamento é importante não por pura curiosidade, mas para entender em que momento a família começou a se desvair e em que tempo houve a ruptura da Kate com a Becca e dos irmãos Kevin e Randall, que terão seu trechinho nesta review logo logo. Por conta disso, todas as dicas e todas as cenas que envolvem Jack e a Rebecca são importantes para destrinchar, pouco a pouco esse mistério doloroso.

A relação dos dois não é mais a mesma de antes, as crianças já estão na pré adolescência e todo o desgaste relacionado a filhos + casamento se tornou presente e constante. Infelizmente o que vemos durante quase todo o episódio não é o Kevin clamando por atenção enquanto pequeno, nem mesmo a Kate mostrando suas roupas e sua fofura em tela ou o Randall brincando com seus amigos de vídeo game. Na verdade, o que a gente vê é Rebecca e Jack mal se falando, se evitando e esquecendo o que realmente importa ali. Esquecendo de coisas rotineiras e deixando para depois diálogos que sempre foram recorrentes nas suas conversas. Por que isso? Será que o fogo da paixão se apagou? Será que as dificuldades ou o trabalho exacerbado foi motivo o suficiente para diminuir a interação física e emocional dos dois? Particularmente, não sei como eles puderam se perder, sem direito a um beijinho de despedida ou um pedido de desculpas despretensioso no fim do dia. E só de imaginar que talvez esse seja o início do fim, a tristeza bate mais do que com a finale de how to get away.

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Desde a infância, Randall e Kevin vivem em pé de guerra e a relação entre eles na fase adulta, por consequência, nunca foi a das melhores. É surpreendente eles estarem juntos e convivendo sem que nenhuma picuinha aconteça. Na verdade, era surpreendente. A pacificidade não durou muito e logo vimos que a relação atual não passa de um reflexo mal sucedido da infância/adolescência. Randall, além de ser adotado, é negro, e as dificuldades de se crescer em um lar rodeados de pessoas brancas e com a sensação de que você não pertence aquele lugar são quase incontáveis. Por conta disso, é compreensível demais que os pais do Randall tenham tido a preocupação de ver que ele não queria ser diferente, não dos seus irmãos, não de seus pais. E a forma que Rebecca encontrou de fazer com que ele não se sentisse o vanguardista e barroco da família foi tratá-lo de forma diferente, porque a gente faz isso com que não é igual, com quem já nasce em condições de desigualdade. E parafraseando meu professor de Introdução ao Estudo do Direito, temos que tratar os desiguais, desigualmente, na exata medida de suas desigualdades. Isso é tratamento isonômico e é disso que o Randall tava falando, ainda que disfarçado de mágoa, quando falou com o Kevin.

Quanto as mágoas recíprocas, ambos tiveram problemas e motivos para suas respectivas atitudes, e é natural que achemos que um foi mais rude que o outro ou que um compreendeu menos a dor do outro, mas a verdade é que o tempo já tratou de fazer a parte dele e agora cabe aos dois tentar minimizar os danos e resgatar a irmandade, ou melhor, instalar a irmandade entre eles, porque certamente nunca houve uma. Não entre eles dois.

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Um pouco afastada dos seus irmãos, Kate segue na luta contra a obesidade e vê-la, logo no início do episódio, toda organizada, se preocupando com a alimentação, exercícios e a sua saúde, só dá mais orgulho e me faz amá-la mais ainda. É fácil demais sentir empatia com as suas inseguranças e frustrações. A cena em que ela se pesa é muito doída, principalmente se formos pensar no quão difícil é lidar com essas questões sozinha, e mais ainda quando a pessoa mais próxima de você consegue se sobressair nos feitos. Toda luta, todo sacrifício, todas as estratégias para conseguir seu objetivo parece que foi em vão, como se nada tivesse adiantado. E isso dói muito mais do que um amor não correspondido.

E pra acabar, a série mais uma vez conseguiu trazer um plot para finalizá-lo sem as famosas pontas soltas. Em uma cena ma-ra-vi-lho-sa, Beth e William protagonizaram uma das cenas mais divertidas até agora. Chapados e suscetíveis a qualquer coisa, o segredo de William com a Rebecca foi revelado e agora a linha tênue da moral foi violada. O que fazer diante de tal conhecimento? Apesar de clichê, vai ser bom ver o dilema da Beth em contar ou não para o Randall sobre sua mãe adotiva e sue pai biológico. E que isso ainda vai dar muito drama, não temos como negar, mas acho que se tratando do Randall é capaz dele nem ficar brigado por muito tempo.

The Big Eight

P.S.: Que risada engraçada a da Beth!!!!! Meu deus!!!!!
P.S.: Por sinal, ela é maravilhosa com qualquer personagem, né? Meu deus, que mulher incrível <3
P.S.: Adorei o casting adolescente, achei super igual, tão de parabéns.
P.S.: O Kevin foi muito babaca com o Randall, fiquei com muita dó quando ele vai até o porão e é tratado daquela forma =(
P.S.: A Kate é muita humana, pqp!
P.S.: Achei a forma como nos mostraram a cena das máquinas muito boa. É realmente possível se emocionar com máquinas de lavar.
P.S.: Randall e Kevin apostando corrida. SOS!
P.S.: “Baby, one day I’m going to buy you the best washing machine in the world.”

Enton é isso, nos vemos semana que vem, né não? Beijocas!!


Helaine Marina

Assiste séries com a mesma frequência que sente fome. Estudante de Direito, futura professora de Inglês e louca pelos animais, em especial, seus amigos. Uma aquariana que não é brinquedo não .

Salvador BA

Série Favorita: Impossível decidir

Não assiste de jeito nenhum: Glee

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