Escrevo este post chocada com a notícia do cancelamento de Nashville. Havia programado um Vale Cada Minuto para hoje, mas, após essa notícia, senti que precisava falar sobre a série de forma mais ampla – incluindo detalhes que não casam bem com a ideia de um VCM. Como uma grande fã de Nashville, reuno aqui o que você precisa saber sobre a série.

Musica boa

Não posso começar este post sem falar sobre o óbvio: as músicas de Nashville são o que há de melhor na série. Escritas especialmente para o drama da ABC, elas criam um laço com os personagens e as histórias de cada um. A gente esquece que há um grupo de compositores por trás da trama, sentimos como se aqueles personagens estivessem de fato compondo. Mas, no entanto, quando lembramos dos compositores, percebemos como é legal ter um grupo de pessoas dedicado à série, àquelas personagens. Sem dúvida o fato das músicas serem compostas especialmente para Nashville, torna tudo mais interessante.

Convidados ilustres

Ao longo dessas quatro temporadas, Nashville usou e abusou de convidados badalados. Dentre eles: Steven Tyler, Christina Aguilera, Carrie Underwood, Kesha, Kelly Clarkson, Mario Lopez, Whoopi Goldberg, Conan O’Brien, Michelle Obama (!) e muitos outros. Muito poder!

Dramas e tragédias

Nashville entra na (minha) categoria novelão: dramas e mais dramas, tragédias e reviravoltas. A série é cheia de momentos emocionais e dramáticos. Nessas quatro temporadas tivemos personagem quase morrendo esperando transplante, acidente de carro quase fatal, abuso de drogas/álcool, mortes trágicas (de personagens importantes, inclusive), agressão contra mulher e gay, doenças psíquicas (depressão pós-parto e surtos) e a lista continua. Nashville é recheada de momentos ‘caiu um cisco aqui no olho’.

Aponta o preconceito

Vamos nos situar no contexto da série: ela retrata o universo da música country americana, que é sabidamente conservador. E por conservador eu quero dizer homofóbico, machista, misógino e racista. Veja bem, não estou dizendo que todos são preconceituosos nesse contexto, mas que é um retrato bem fiel da maioria, posso garantir que sim. Não vou dizer que Nashville apoia minorias, que tem um cunho político, nada do tipo. Mas, na minha opinião, a série ganha pontos por retratar aspectos que quase nunca estão presentes naquele contexto – embora o faça com certa cautela. É uma pena que não explorem o fato de existirem poucos cantores country negros – na série há apenas Zoey -, mas, por outro lado, Nashville aponta a dificuldade de um cantor de ter espaço nesse cenário musical apenas por causa de sua orientação sexual (afinal, o talento de Will é indiscutível).

Bela, revoltada e do bar

Cantoras country normalmente seguem o perfil bela, recatada e do lar, mas não em Nashville. Da série, Rayna é provavelmente quem melhor se encaixa nesse perfil, mas em contrapartida temos Juliette sendo tudo que uma mulher não deve ser, para ser bem vista aos olhos preconceituosos daquele povo.

“You gotta go after what you want and never take no for an answer.” Juliette Barnes para Maddie e Daphne Conrad

Assim como Juliette, Nashville apresenta outras personagens femininas que fazem o que bem entendem, como Scarlet, Zoey e Layla.

Todo mundo namora todo mundo

É difícil acompanhar os dramas amorosos da série. Rayna era casada com Teddy, mas nunca deixou de amar Deacon, também se envolve com Luke e Liam. Juliette não é lá de se envolver, apaixonando-se apenas por Avery, mas tem casos com Deacon e Jeff (eca). Scarlett namora Avery, Gunnar e Liam. Gunnar namora Scarlett e sua melhor amiga Zoey. Layla casa com Will, namora Jeff e está de caso com Avery. Confuso, né? Esse povo tem muito amor para dar.

Assuntos importantes

Embora não seja seu foco, a série traz alguns assuntos polêmicos que precisam de atenção. Há os problemas de Juliette, com o abuso de drogas/álcool e a depressão pós-parto; o desequilíbrio emocional de Scarlett que leva a personagem a um surto; o alcoolismo de Deacon; Sadie vítima de agressões do ex-marido; Maddie querendo ingressar no show business e as implicações disso, além de tentativa de suicídio e do já citado personagem assumindo-se gay.

Impacto real

Há quem critique alguns aspectos da série, defendendo que não retrata fielmente a cidade de Nashville e seu cenário musical. No entanto, não há como negar seu impacto. Brittany Hodak em sua coluna na Forbes, afirma que do ponto de vista de negócios, Nashville pinta um retrato bem fiel da realidade. E, o mais importante, a série tem afetado de forma razoável a cidade, servindo como uma grande campanha de marketing. Um estudo de 2014 mostrou que 1 em cada 5 telespectadores da série que visitaram a cidade de Nashville apontaram a série como fator motivador na decisão de visita-la. Além de passar mais tempo, os visitantes também passaram a gastar 23% mais dinheiro na cidade – principalmente por causa de tour temático. A cidade também tem se tornado popular pelo mundo, um report do TripAdvisor de 2015 apontou Nashville como a cidade americana que mais tem crescido nas buscas de viajantes internacionais. Além do turismo e comércio, a série gerou impacto na própria indústria musical de Nashville, lançando mais de 200 canções originais escritas por compositores locais.

Trivia (e fofoca)

Achei interessante contar algumas curiosidades sobre a série e seus personagens/atores. Precisaaar assim, você não precisa saber não, mas né, uma besteira aqui e acolá nunca matou ninguém. Aí vai:

• Maddie e Daphne são irmãs de verdade.
• O Bluebird existe – a gerente do local diz que passaram a receber clientes de todo o tipo, não só os interessados pela música country, ela diz também que os ingressos dos shows esgotam em minutos.
• Gunnar é britânico! O ator tenta falar com o sotaque do personagem mesmo quando está no backstage, para não errar em cena.
• O ator que interpreta Jeff (Oliver Hudson) é irmão da, também atriz, Kate Hudson.
• Assim como sua personagem, Hayden Panettiere também sofreu de depressão pós-parto.
• A música com mais downloads da série é da performance de Ho Hey, das irmãs Maddie Daphne e entrou para a lista Top 40 Hot Country Songs on the radio, da Billboard.

Deixo um vídeo das fofas Lennon e Maisy cantando o hit dos Lumineers, no Grand Ole Opry (a “meca” do country americano).

E você, assiste Nashville? Sabe de alguma curiosidade sobre a série? Não deixe de contar nos comentários!