Depois de uma season finale divisora de opiniões, Scream retornou pela última vez em 2016 com um especial de Halloween. Mesclando tributos aos clássicos de terror com preparativos para a terceira temporada, o episódio contou com praticamente uma hora e meia de duração. Preparados para comentar?
Esse especial de Halloween pode ser analisado de duas formas. Caso você estava esperando uma grande continuidade na história principal ou respostas sobre o passado de Lakewood entregues, a decepção provavelmente te atingiu. Entretanto, quem aguardava um conto novo e praticamente isolado das temporadas anteriores (algo que o vídeo promocional deixou explícito), conseguiu encontrar a diversão no meio do episódio. Afinal, essa acabou sendo a melhor definição para o especial: uma divertida reencarnação dos clichês do gênero de terror.
Uma ilha isolada, uma lenda macabra, baixa temporada, sem sinais de comunicação, forte tempestade e um assassino. Sério, poderia ficar mais delicioso? Eu sempre acredito que clichês funcionam quando bem aplicados. Se tal artifício tornou-se clichê foi pela superutilização do mesmo e o problema reside na previsibilidade que isso acarreta – não tendo, necessariamente, uma ligação direta com a qualidade. Entretanto, aqui parece um dos casos em que a decisão de uso funcionou, principalmente porque o público está ciente de que a franquia Scream nada mais é do que uma grande homenagem ao terror. Tal fato permite uma história que não seja tão levada a sério (ainda mais considerando o especial como o que ele realmente é: um especial à parte!).
A nova ambientação na ilha trouxe um ar fresco e a lenda envolvendo Anna Hobbs foi interessante de acompanhar (com destaque para os flashbacks). O pequeno defeito da história toda foi a revelação do assassino – a série novamente pecando nisso. A falha foi apresentarem pouquíssimos suspeitos, tornando fácil de adivinhar logo nas primeiras aparições do mesmo (aliás, aqui um exemplo de um clichê mal utilizado). Em contraponto à isso, as motivações do psicopata fizeram sentido no contexto do roteiro. É um reflexo das consequências que os personagens sofrem após ficarem conhecidos como vítimas. Além disso, a explicação justificou o fato de que não mataram pessoas importantes. Nessa altura do campeonato a gente sabe que Scream é um seriado covarde, então pelo menos dessa vez a ausência de mortes chocantes fez sentido.
De qualquer forma, a melhor parte ficou por conta da Emma Duval. Exatamente, você não leu errado! A evolução da protagonista foi visível de um ano para o outro, sendo que agora ela atingiu seu ápice. Emma aceitou seu papel como final girl, aceitou o seu passado e está pronta para lutar pelo futuro. Será que já podemos dar um adeus definitivo para aquela menina insegura de um tempo atrás?
“I don’t need a hero! I’m Emma Duval and I don’t need you!”
A preparação para o terceiro ano veio em pequenos detalhes. A morte do Kieran surpreendeu por ser logo no comecinho, porém ele não tinha mais o que acrescentar na história, então o ocorrido passou longe de ser chocante. Aliás, a cena inicial do episódio poderia muito bem ter sido o cliffhanger da season finale, visto que a mesma terminou sem trazer mortes importante. Por fim, o retorno do Kevin e o aparecimento de um misterioso James (seria o verdadeiro Brandon James?) deixam a promessa de uma boa terceira temporada. Vale ressaltar que ela terá somente seis episódios, tornando provável que seja a finalização da história.
E você, gostou do especial? Conta pra gente nos comentários!
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Observações:
-A namorada da Audrey sobreviveu apenas para morrer na próxima temporada. Sim ou com certeza?
-Referências à Agatha Christie!!!!!!
-Quem mais também lembrou de Eu Ainda Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado?
-Quando você pensar que tem azar no amor, lembre da Emma. Você poderia estar em uma situação pior.