É oficial: a peça-chave para a maior parte dos muitos mistérios de Westworld está mesmo no labirinto. Em “Dissonance Theory”, ficou claro que o local realmente existe e que sua localização é um segredo guardado/conhecido provavelmente por Mr. Ford. O episódio quatro trouxe muitas pistas sobre o labirinto, mas a mais importante delas é que lá é o lugar onde possivelmente todos os anfitriões já estiveram em algum momento e que possui algo que pode mudar o destino de todos os habitantes do parque.
Contando com as memórias cada vez mais frequentes e linkadas dos anfitriões, Bernard Lowe propõe a Dolores que encontre o labirinto, oferecendo em troca, a sua liberdade. Ousadia, manipulação ou falsidade? Tudo em torno do cientista por enquanto, para mim, é uma verdadeira incógnita. Mas, apesar de me parecer um pouco delirante o fato de ele alimentar e até mesmo plantar “desejos” na “consciência” da robô, ficou nítido que o labirinto esconde alguma coisa que pode mudar o conceito daquele lugar. A mim, ocorreu a ideia de que talvez, o que esse labirinto tem de tão disruptivo, capaz de tornar os anfitriões livres, provavelmente é a fórmula ou até mesmo um laboratório do Arnold, com a capacidade de aprimorar ainda mais a consciência das máquinas e assim fazer com elas finalmente consigam sua alforria.
Duas outras pistas corroboram na direção de que o labirinto guarda algo que pode sim representar o fim da “escravidão” dos robôs. Descobrimos nesse episódio que O Homem de Preto, é na verdade, um empresário e talvez até filantropo. Mais do isso, descobrimos que a ideia fixa dele em encontrar o labirinto esconde, na verdade, uma relação bem próxima com Arnold, a quem ele conheceu e diz querer honrar. Essas duas grandes revelações descortinaram um pouco mais da personalidade do Homem de Preto, revelando que ele não é um louco inconsequente, mas sim alguém obstinado, em busca de algo (MUITO!) concreto. E mais: caso encontre, ele também (e não apenas Bernard) acredita que isso significaria o fim da subserviência dos robôs e provavelmente, do parque.
Se no episódio anterior, pudemos conhecer um Bernard mais humanizado, nesse foi a vez do Homem de Preto, mostrar que por baixo daquele figurino dark e mau humor irradiante também bate um coração. A seu modo, é claro. Mas ele mostrou que sua motivação não tem nada a ver com loucura e passa muito mais por propósito de vida. Com frases em que questionava a qualidade de vida dos anfitriões, sua “liberdade” e a autoria das suas escolhas, foi a primeira vez que ele se apresentou não como um exterminador sanguinário e inconsequente, mas como alguém que se importa com os robôs e que talvez, não seja verdadeiramente um entusiasta do parque como até então sempre me pareceu.
E por falar em coração, o que dizer de William? Em sua nova aventura, em busca de um bandido local, ele agora está acompanhado por Dolores e mesmo ainda não tendo concretizado nada, é nítido que ali está nascendo um sentimento. E que de mentira, não tem nada. Curioso é que mesmo ouvindo as zoações do amigo/cunhado Logan e tendo a consciência que ela é uma robô, ele parece não conseguir ou não querer bloquear o fascínio que Dolores que desperta nele. É puro e também intenso. Nessa jornada de aventura e sentimento, eles acabam encontrando o bandido que buscavam, mas que Logan descobre tratar-se do funcionário de alguém que possui “o ingresso para o melhor brinquedo do parque”. Será mais um em busca do labirinto?
Do outro lado do parque, Mr. Ford começa a criação do seu novo roteiro megalomaníaco e que, ao que tudo leva a crer, não está empolgando tanto assim o Conselho. E é Theresa Cullen que tenta levar essa notícia até ele. Totalmente mal sucedida em sua missão, Ford deixa claro no tenso diálogo entre os dois quem é que manda naquele lugar. Mais uma vez, ele enuncia a teoria que é praticamente seu mantra: o trabalho desenvolvido por ele e Arnold os torna deuses. E o que eles criaram é bem mais que um parque temático. Westworld é sim, um mundo inteiramente novo, totalmente originado das ideias dos dois. E que, investidores como Theresa serão sempre convidados (monitorados e controlados), nunca parte daquilo.
E é para reafirmar a existência dos deuses de Westworld que Maeve, cada vez mais atormentada por suas memórias, tem a prova que faltava para completar o seu quebra-cabeças existencial. Depois de conseguir algumas respostas de Hector, ela finalmente consegue, encontrar em si mesma a “peça” que se encaixa nas visões recorrentes que tem tido. Mais um episódio que deixa margem a milhões de novas teorias. O que vocês acharam? Contem pra gente!
Imagens: Divulgação HBO