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Arrow – 5×02 The Recruits

Por: em 15 de outubro de 2016

Arrow – 5×02 The Recruits

Por: em

Tudo que eu queria era baixar minhas expectativas. Não consigo e já posso confessar: amo essa temporada com todo o meu coração.

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Eu sei que são apenas dois episódios, mas o novo ano de Arrow retomou um dos pontos mais atraentes da série que é esse ar mais pesado e sombrio que tanto era ressaltado lá no seu começo e, vem mostrando, o quanto isso faz diferença na maneira de contar suas histórias. Ao tirar de cena alguns dos personagens principais, o que poderia ser um grande erro transformou-se em um baita acerto do roteiro, que dá espaço para um respiro da audiência, que agora tem a chance de conhecer novas pessoas e ter a sensação de recomeço que tanto esperamos nos últimos dois anos. Oliver Queen está na sua melhor forma e a empolgação de Stephen Amell com a quinta temporada é sentida na sua atuação – chega a ser palpável a animação que ele tem nas cenas e o quanto ele está curtindo fazer tudo aqui. O tom do protagonista é o melhor que já vimos dele: ora sarcástico, retomando a pegada clássica do personagem nos quadrinhos, ora duro, como o conhecemos desde que assumiu o papel de vigilante de Starling City.

É interessante ver a maneira como a trama vem se costurando com a chegada da “nova equipe” e como Oliver encara tudo isso. Essa missão dada pelo seu pai (as vezes a gente esquece como tudo isso começou) é algo muito solitário, comportamento que foi estimulado pelo tempo que passou na Rússia (pausa estratégica para comentar que até mesmo dos flashbacks eu estou gostando, alguém me segura que eu não tô sabendo lidar) ao lado dos Bratva. E, de certo modo, ao abrir a guarda para Diggle, Roy, Laurel e Thea, Oliver fez muito mais do que podia para si mesmo. Ele deixou que essas pessoas o acompanhassem em sua missão pessoal e acabou abandonado por todos, sejam quais forem as circunstâncias que levaram a isso. Claro que isso não justifica o comportamento abusivo que ele teve durante o treinamento, mas se a visão de que somos uma consequência de tudo que nos afeta for real, esperar uma postura muito diferente de Oliver seria, no mínimo, esperar pelo inesperado.

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O lado bom é que, diferente da inserção dos outros membros, desta vez o roteiro não tem tempo para desperdiçar. Em apenas um episódio, praticamente, eles já sabem quem está por trás da máscara do Arqueiro Verde, o que estimula sim a confiança na missão e no fato de acreditar no treinamento que estão recebendo. Bacana também notar como Oliver reformula o exercício que teve na Rússia para algo muito mais real e verdadeiro, tendo o estímulo a equipe como um ponto fundamental para o sucesso de uma missão. Dentre os novos personagens, me animo bastante com o Cão Raivoso, que parece ser aquele com um background mais interessante e, provavelmente, deve contrapor a personalidade e as decisões do Arqueiro Verde com mais frequência, e também do recém-chegado Retalho, um cara que também se inspira no pai para seguir uma missão de vingança contra algo que nem ele mesmo sabe o que é ao certo – fora que fiquei bem do curioso para saber da onde surgiram aqueles poderes dele (acho que foi da explosão radioativa, mas queria ter certeza).

Evelyn e Curtis devem ganhar seu devido destaque com o tempo, o que também será bem legal, principalmente a garota, que passa ser a única mulher na frente de ação, já que Felicity fica no bastidor em tempo quase integral. “The Recruits” nos trouxe também o nome daquela que parece ser o grande vilão desse quinto ano: Prometheus. Ainda sabemos muito pouco sobre ele ou suas intenções. Tudo que temos até agora é que ele quer manter o Arqueiro Verde vivo, só para ter o prazer de matá-lo com as próprias mãos. Engraçado que os dois episódios construíram Church como uma grande fortaleza de poder para desconstruí-lo com uma cena de menos de 30 segundos. Com alguns simples movimentos, ele estava no chão, indefeso e tendo que se submeter as vontade de um cara que parece ter um senso de vingança muito forte.

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Voltando a Retalho, sua chegada traz a discussão acerca da decisão tomada por Felicity no final da temporada passada, o que deve causar algum tipo de conflito nos episódios que estão por vir. Ela claramente não está sabendo lidar com o fato e, ainda mais agora, terá que encontrar uma maneira de viver com a escolha que fez, já que as vidas de muitas pessoas estavam em suas mãos, deixando a nerd quase que sem possibilidades sobre qual caminho seguir. Outro personagem que foi bem explorado nesse episódio foi Diggle, em uma trama completamente separada das demais. Apesar de pouco relevante quando olhamos o todo desses 40 minutos, é importante ver que, ao buscar pela paz/justiça/seja lá o que for, o segurança acabou esbarrando, mais uma vez, em uma instituição corrupta, comprovando que talvez os meios que seu amigo Oliver usa para conseguir respostas ou resolver problemas, seja o mais adequado com o homem coloca um preço em sua existência.

Vale discutir também a trajetória de Quentin, que parece tomar um curva muito grande depois da morte de Laurel/término com Donna. De novo afundado no álcool, o ex-detetive tem zero motivos para seguir em frente e achei muito nobre da parte de Thea buscar um ponto de apoio para que ele suporte passar por esse momento. É quase como um favor que ela faz a Laurel, que sempre a acolheu quando precisou. Esse lance de assumir como vice-prefeito pode ser bem interessante, ainda mais quando Oliver tem tanta dificuldade de manter suas duas vidas concomitantemente. Lance tem uma imagem forte na cidade, que foi ainda mais promovida depois da morte de sua filha. Afastar-se da polícia, que é corrupta, podia ser um grande problema, poderia fazer o personagem perder seu sentido na trama, mas parece promover exatamente o contrário, trazendo ele como um elo estratégico da equipe durante o dia a dia da cidade.

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Para quem está acompanhando The Flash (continue nesse parágrafo por sua conta e risco!), sabe que muita coisa vem acontecendo depois das mudanças que Barry fez na linha do tempo e acho que começamos a sentir isso na série do Arqueiro. Primeiro, na própria trama do velocista escalarte, descobrimos que nessa linha do tempo que estamos vendo, Diggle teve um filho e não uma filha (o que é muito louco, já que casa com a trama de Legends of Tomorrow que vimos do futuro de Star City, lembram?). E, apesar dessa ser a única mudança enunciada, outras coisas parecem não se encaixar.

Primeiramente, a amistosidade entre Oliver e Felicity, que vinham tendo problemas de relacionamento, cancelaram um casamento e agora parece que nunca nem tiveram nada (fora o seu relacionamento com o novo detetive, que surgiu do nada). Depois, pensei no término entre Quentin e Donna, que é algo menos  importante, mas que também foi bastante inesperado. Talvez a gente comece a colher essas pequenas mudanças aos poucos, sem que a série nos fale ou coloque um baita holofote na alteração. Se isso estiver acontecendo realmente, seria uma jogada das mais inteligentes do roteiro até então, nos mantendo presos para perceber quais as diferenças que podem surgir de comportamento/trajetória de todos que conhecemos.

Hoje não teremos anotações finais porque nada de super relevante mereceu ser ressaltado separadamente. Nos encontramos na semana que vem e agora deixo um gostinho do próximo episódio para você:


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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