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Jessica Jones – 1×04 AKA 99 Friends

Por: em 20 de novembro de 2015

Jessica Jones – 1×04 AKA 99 Friends

Por: em

Até aqui, AKA 99 Friends foi o episódio de ritmo mais lento que tivemos. Com o encontro inesperado entre Jessica e Kilgrave do último episódio, acreditei que a série colocaria os inimigos em um embate mais direto a partir de então, mas não foi bem o que aconteceu. Na ânsia de descobrir quem era o responsável por fotografar detalhes da sua rotina, Jones perdeu a cabeça e viu todos ao seu redor como potenciais culpados – o que não facilitou nem um pouco a sua vida.

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Depois de todo o embate sobre os dons dessa pessoas que vimos no episódio passado, aqui conhecemos pessoas que não aceitam isso tão bem. Em uma trama de mentiras e mágoas, Jessica acabou se envolvendo em um caso que, na verdade, era uma grande cilada – terminando com uma arma apontada para o seu peito. Todos reconhecem o grande feito dos Vingadores, tudo que eles salvaram, mas alguns ainda se mostram incapazes de lidar com os danos colaterais, ponto existente em todo combate. Nessa espécie de ‘caso da semana’ vimos representada essa revolta em meio a impotência de uma pessoa que viu seus pais morrerem e não tinha o ‘poder’ de fazer absolutamente nada. Talvez pareça estranho o episódio tratar isso, mas não passou da humanização definitiva de Jessica Jones.

Assim como aquelas pessoas traumatizadas pela perda dos seus entes, ela sofreu uma série de traumas. Na infância, no passado, por causa de Kilgrave – embora nenhuma dessas coisas a tenha impedido de continuar lutando, continuar tentando ser uma outra pessoa, que não aquela definida por tantas tragédias. Achei um grande acerto explorarmos esse lado da personagem aqui, já que devemos vê-la caminhar para um lado mais obscuro, ao passo que se aproxima cada vez mais do paradeiro do seu grande inimigo. Outro ponto importante foi o desenvolvimento do grupo de pessoas atacadas pelo vilão. O que soou como uma grande piada a princípio, acabou se tornando fundamental para a grande descoberta do episódio: o envolvimento de Malcolm, aquele drogado que só anda se arrastando pelos cantos, como comparsa de Kilgrave e responsável por todas as fotos tiradas. Jessica parece ter um sentimento controverso na descoberta e não sabemos o quanto isso irá impactá-la de fato. Sua relação com Malcolm foi pouco explorada, mas, de um jeito torto, ela demonstrava uma certa preocupação com ele, tirando-o de algumas enrascadas. Não vai ser fácil trabalhar com a ideia da traição por alguém “próximo”.

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Se AKA It’s Called Whiskey buscou desenvolver o relacionamento de Jessica e Luke, o que vimos aqui foi o aprofundamento da relação em Trish e Will, o policial que a atacou a mando de Kilgrave. Trish é uma personagem complexa, que quebrou completamente com o esteriótipo que aparentava. De melhor amiga bem sucedida, ela adentrou a trama com tudo, foi colocada em uma situação de quase morte e, temendo a própria vida, teve de ‘retirar’ as coisas que disse sobre o vilão, tentando de uma maneira inusitada permanecer por perto. Sua casa é uma fortaleza e isso chega a ser até engraçado – ou ninguém acha estranho uma mulher, relativamente famosa, que mora em um lugar com tanta proteção que até um abrigo tem? Seu passado também parece esconder mais problemas do que vimos até aqui: vale notar que quando ela comenta sobre suas aulas de luta com Jessica, ela diz que a amiga já a salvou vezes demais.

Do outro lado do relacionamento, Will. Um cara que dedicou a vida a salvar pessoas, pensar no outro antes de si e contrariou absolutamente tudo que acreditava ao ter sua mente controlada por outra pessoa. Claro que isso gera uma piração terrível. Pense na ideia de ter alguém mandando você fazer coisas que não concordas, mas que, ao mesmo tempo, você não tem forças para recusar? E apesar de não acreditar na sua própria redenção, ele acaba indo até Trish, tentando desesperadamente buscar algum tipo de perdão que acalentasse sua mente. O que parecia não funcionar por medo, por culpa, por desespero, acaba dando muito certo. Os melhores momentos do episódio são com os dois, um de cada lado da porta, compartilhando um pouco de sua história e buscando um outro tipo de contato, diferente do primeiro que tiveram. Seja sua personalidade profunda ou como um possível parceiro na luta de Jessica, Will é um personagem que pode render demais e espero, de verdade, que a série use isso a seu favor – eu pensei que ele seria só mais um na fila do pão quando apareceu pela primeira vez.

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Enquanto o lado de Jessica Jones ganha mais aliados e desenvolve esses personagens em camadas mais profundas, pouco sabemos sobre Kilgrave, atiçando nossa curiosidade e nos deixando ainda mais ansiosos pelos seus próximos passos. Aguardemos o momento em que a série irá se prestar a contar melhor o envolvimento dele com Jessica, um pouco mais dos seus propósitos e onde ele anda escondido.

 


O Apaixonados por Séries também está louco com essa estreia e vai maratonar com você! Quantos episódios será que você consegue ver? Vamos longe e você vai comentando com a gente, beleza? Fica de olho nas atualizações e a gente se vê em breve!

Confira também as reviews de AKA Ladies Night (1×01), AKA Crush Syndrome (1×02) e AKA It’s Called Whiskey (1×03).


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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