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O feminismo nas séries

Por: em 7 de março de 2017

O feminismo nas séries

Por: em

Em homenagem ao dia internacional da mulher, que é amanhã, vamos falar de feminismo!

A história desse movimento tem seu principal marco na Revolução Francesa com a “Declaração dos Direitos das Mulheres” em 1771, um documento que dava direitos de voto, acesso à educação, liberdade profissional, além de vários outros direitos, porém na época foi rejeitado (óbvio). No Brasil ele tem início com a publicação do livro “Direitos das mulheres e Injustiças dos Homens” em 1832, onde a autora afirma que as mulheres são tão capazes quanto os homens. Outro acontecimento importante foi o direito ao voto, concedido 100 anos depois, durante o governo de Getúlio Vargas.

Atualmente o feminismo também se encontra representado nos filmes, seriados e novelas que tem como seus personagens principais mulheres fortes e independentes que provam ser capaz de tudo aquilo que um homem também é. Mesmo assim nem todos são aprovados no Teste de Bechdel.

A primeira série que assisti, Buffy: The Vampire Slayer, era um tanto quanto feminista, pois tinha como personagem principal e heroína uma mulher forte que carregava um legado, coisa que para a época (1997) ainda era algo incomum. O criador da série, Joss Whedon, ao colocar como protagonista uma mulher loira queria desafiar o estereótipo de que essas são as mais frágeis entre o “sexo frágil” por serem desprovidas de inteligência. A série então não tinha medo de tocar em assuntos como o dever de obediência da mulher ao homem, algo que naquele momento era visto como correto ou normal, e de desenvolver e investir nas suas personagens femininas, como Willow: a bruxa mais poderosa e nerd que uma série já criou.

Agora, não dá pra falar de feminismo no mundo das séries sem citar as garotas Gilmore não é mesmo? Numa época em que ainda era comum a mulher ser a dona do lar e apenas cuidar dos filhos e maridos eis que surge Lorelai Gilmore: mãe solteira, e que deu seu próprio nome à filha – pois se os homens podem fazê-lo por que as mulheres não poderiam? Rory foi criada com as bases do feminismo: independência, autoestima, acreditando que ela era capaz de conquistar o mundo caso quisesse. Paris, Sookie, Lane… Diversas são as mulheres em Gilmore Girls que correram atrás dos seus sonhos, conquistaram seus lugares e dominaram aquilo que faziam e os lugares onde estavam. Além disso, não podemos esquecer as diversas referências a cultura pop, muitas deles ligadas intimamente ao movimento que busca a igualdade de direitos.

Chegando pros dias de hoje não nos faltam exemplos de séries protagonizadas por mulheres, ou então que tenham fortes personagens femininas – mesmo que essas não sejam as protagonistas.

Podemos citar Supergil, que incorpora bem o feminismo ao ter uma super heroína como sua personagem principal e outras mulheres fortes contracenando diretamente com ela. No episódio “Human for a day” o girlpower é o mais verdadeiro possível pois Kara, Supergirl para os mais íntimos, salva o dia mesmo estando sem poderes. A série, porém, não se contenta em ter apenas uma mulher de destaque, mas nos mostra também uma jornalista de sucesso dona de sua própria empresa e que vive segundo suas próprias regras, Cat Grant; a irmã de criação de Kara, que não fica à sombra desta por não ter habilidades especiais, mas sim dá conta do recado, Alex Danvers; uma CEO que até então luta fortemente para não ser definida pelo nome que carrega, Lena Luthor; e muitas outras. “Você sabe o que eu amo? Garotinhos que pensam que podem fazer um trabalho melhor do que uma mulher que é uma heroína de verdade.” Como não gostar de uma série que enfatiza tão sutilmente o quanto nós mulheres somos capazes?

Agents of SHIELD é focada na equipe liderada por Phil Coulson após os acontecimentos do filme “Os Vingadores”, mas quem brilha mesmo em toda a série são as mulheres. Jemma Simmons: uma cientista extremamente inteligente e com uma resiliência de dar inveja; Melinda May: a agente que resolve qualquer problema não importa a dificuldade, superando e muito a capacidade e habilidade de muitos dos homens de dentro da agência; Daisy Jhonson: a personagem que mais se desenvolveu ao longo das temporadas, passando de uma simples hacker a uma Inumana que é também uma das melhores e principais agentes da equipe. Sem contar aquelas que já não fazem mais parte do seriado, como Bobbi Morse, ou aquelas que aparecem apenas de vez em quando como a nossa querida Yo-yo.

E não importa qual seja a realidade a ser enfrentada podem acreditar que as mulheres dão conta da situação, pois mesmo em meio ao apocalipse zumbi de The Walking Dead surgem personagens fortes das quais dependem a sobrevivência de todo um grupo, como é o caso de Carol – uma personagem que passou de vítima indefesa àquela que é peça fundamental para o sucesso de seu grupo de sobreviventes, Michonne – uma excelente guerreira e que não tem medo de enfrentar aqueles que ameaçam o bem estar do seu grupo; de Maggie – que tem se mostrado uma líder extremamente capaz; além de tantas outras que se mostram capazes de enfrentar a dura realidade que tomou conta do planeta.

Jessica Jones, Otlaunder, Legends of Tomorrow, Agent Carter… Exemplos de mulheres fortes, e séries que valorizam essas personagens dando espaço a um debate de extrema importância como o feminismo, não faltam.

O feminismo tem diversas formas de ser expresso e defendido. Algumas são mais radicais do que outras, mas o objetivo é sempre o mesmo: demonstrar que nós mulheres não somos o sexo frágil. Somos diferentes sim, mas igualmente capazes.

E pra você, quem é seu exemplo de feminismo nas séries? Conta pra gente!


Louise Rezende

Tem memória de elefante pra tudo aquilo que as pessoas costumam chamar de "cultura inútil". Apaixonada por séries, filmes, livros, música e nescau.

Petrópolis/RJ

Série Favorita: Gilmore Girls e One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: Outlander

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