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Quantico – 1×12 Alex

Por: em 12 de março de 2016

Quantico – 1×12 Alex

Por: em

Prezados leitores, antes de tudo, não quero chegar aqui de sola falando mal da série de vocês. Eu peguei Quantico para resenhar a partir desse retorno, pois precisávamos dar continuidade aos trabalhos. Mas seria mentiroso da minha parte dizer que estou satisfeita com o episódio – Alex – e a série em si. Explicarei tudo nos próximos parágrafos, vamos lá?

A série foi uma das promessas da fall season, conquistando os telespectadores americanos em uma trama que prometia um thriller que serviria para – além de um atentado terrorista – tocar na ferida dos preconceitos endêmicos do país. Uma protagonista com biótipo fora do usual, que mesmo sendo linda de morrer, não conseguiu em todos esses capítulos me despertar a menor empatia pelo seu sofrimento. Alex Parrish, me perdoe, mas apenas ficar descabelada não serve para mostrar que a senhorita está em uma espiral psicológica por conta do que a aconteceu no fall finale.

A forma com que a narrativa de Quantico se desenvolve passou de levemente interessante para um quase pastelão. Veja bem, nós não somos burros para nos deixarmos enganar – e nem o restante dos personagens deveriam ser. Assim como a armação para a agente no Piloto, está bem claro que Elias não agiu sozinho. Então como pode os mais bem preparados homens do FBI acreditarem nisso? Foi tão difícil para eles largarem o osso da autoria de Parrish, mas caíram tão fácil no conto da carochinha de que apenas Harper era o responsável por todo rebu em Nova Iorque.

Não sei vocês, às vezes me dá a impressão que se substituíssemos os agentes em tese adultos por adolescentes de uma high school americana as coisas talvez ficassem até melhores. A picuinha entre eles cansa! Todo mundo adulto, formado nas melhores instituições e ao ver que uma colega que passou por um trauma gigante de ser acusada equivocadamente de um atentado terrorista entregou os pontos, o que eles fazem? Viram a cara para moça, ora, “você deveria se agarrar nos seus ideais, Alex!” ou “Hoje você não pode sentar conosco!”

Durante uma chuveirada fiquei refletindo sobre o que poderia escrever aqui para vocês, pois é realmente difícil encontrar uma saída léxica quando uma série resolve deixar a sua trama em ponto morto e apostar em lugares comuns já explorados milhões de vezes. Cheguei a conclusão de que Quantico mirou em 24 Horas e acertou na trave de Pretty Little Liars. Invés de solidificar-se como um thriller político, a série se perdeu com bobagens como romancezinhos e namoricos cansativos. Nem mesmo a promessa de que as bonitas da academia iriam focar apenas na graduação me animou. Até porque eu também estou cansada da alternância de linhas temporais.

Temos Arrow como grande exemplo de que flashbacks as vezes podem ser um entrave para tudo. Se eles não servirem para dar elementos chave, bem que poderiam deixar esse recurso para quando ele realmente for imprescindível. Já sabemos que a turma de Alex é uma das mais brilhantes que já passaram pela academia do FBI e que a mesma é talvez o maior prodígio em anos, mas mesmo assim eles não cansam de querer provar isso a todo momento! Nós já entendemos!

A minha comparação com Pretty Little Liars parte do princípio de que nunca há uma resposta definitiva para nada. Confirmada para segunda temporada, eu tenho certeza de que Quantico vai se pendurar em ameaças terroristas cíclicas para impulsionar o seu parco roteiro, sempre tendo algum dos protagonistas como potencial suspeito. Ora, quando Elias apareceu em Inside todo estrupiado, falando mil palavras por segundo, já estava bem claro que ele tinha alguma coisa com a história. A série infelizmente não faz a menor questão de dar mais camadas para os seus personagens, o que deixa tudo muito raso. Fácil de ler.

Enquanto isso, vimos que a irmã golpista de Shelby se deu mal por deixar de repassar o dinheiro que extorquia da loira para alguém, o que deve unir ela e Caleb em uma busca para encontrar Samar – provavelmente utilizando os meios de Clayton por sua posição dentro do FBI. Finalmente devemos aprender como Shelby se aproximou sentimentalmente do seu pseudosogro. Uma busca pela falsa irmã, com quem ela se relacionou por 15 anos, pode explicar esse relacionamento – que, inclusive, nos tempos atuais, transformou-a em uma versão da Monica Lewinski.

A única coisa que me chamou atenção mesmo foram as gêmeas Raina e Nimah. Mesmo se achando muito melhor que a irmã, Nimah não conseguiu se aproximar de Charlie. O filho de Miranda parece estar envolvido com alguma treta realmente pesada com a Frente Islâmica e a sua colaboração poderia ajudar a conhecer mais uma das células da organização. Ainda não sei qual é a desse garoto, além de que ele causou muita confusão. A conversa dele com Raina foi bem interessante, onde ela conseguiu abertura jogando exatamente com o que o machuca – mostrando que ela também sofria com o que a sociedade esperava dela. Só não sei se foi a partir dessa informação que as irmãs se meteram com os terroristas, mas tudo indica que sim. Elas e Simon conseguem ser uma icógnita ainda, talvez pelo fato deles serem os que mais sofrem com os efeitos colaterais de contexto da série.


Enfim, nos minutos finais do episódio e depois de receber algumas ligações revoltadas, Alex é contatada pela suposta cabeça por trás de toda a violência que a cidade viu nos meses anteriores. A jogada com o suicídio do Duncan foi até uma boa, provando que o hacker era realente inteligente, diferente de Parrish que topa um encontro em um local ermo com um criminoso que diz ter usado a moça como mais uma ferramenta nos assassinatos em massa. Sério? Essas jogadas são tão escrachadas que quando Natalie surgiu em meio a fumaça de gelo seco, eu saquei de cara que era uma cilada. A agente foi a única que permaneceu ao lado da colega depois da sua declaração no tribunal e colocá-la em risco mais uma vez foi uma cartada perigosa. Certamente veremos uma corrida da certinha Alex para impedir que sua rival pelo coração de Booth vá pelos arezzzzzzzzz…

Enfim, me perdoem se eu tiver soltado os cachorros. Mas é que Alex foi realmente desolador. A série poderia utilizar o ataque a sede de comando do FBI que vitimou mais de 30 agentes para dar um restart e tentar trazer de novo alguma densidade para sua trama. Mas não, novamente voltamos ao ciclo de jogar a suspeita sobre alguém próximo. Só peço uma coisa daqui para frente: Melhore Quantico!

Fique agora com a promo de Clear, que vai ao ar dia 13 de março:

E você? Fique a vontade para tecer seus comentários, inclusive descordar da minha opinião, ok? Quem sabe eu consigo ver algum lado bom na Alex.


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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