Em homenagem ao dia internacional da mulher, que é amanhã, vamos falar de feminismo!
A história desse movimento tem seu principal marco na Revolução Francesa com a “Declaração dos Direitos das Mulheres” em 1771, um documento que dava direitos de voto, acesso à educação, liberdade profissional, além de vários outros direitos, porém na época foi rejeitado (óbvio). No Brasil ele tem início com a publicação do livro “Direitos das mulheres e Injustiças dos Homens” em 1832, onde a autora afirma que as mulheres são tão capazes quanto os homens. Outro acontecimento importante foi o direito ao voto, concedido 100 anos depois, durante o governo de Getúlio Vargas.
Atualmente o feminismo também se encontra representado nos filmes, seriados e novelas que tem como seus personagens principais mulheres fortes e independentes que provam ser capaz de tudo aquilo que um homem também é. Mesmo assim nem todos são aprovados no Teste de Bechdel.
A primeira série que assisti, Buffy: The Vampire Slayer, era um tanto quanto feminista, pois tinha como personagem principal e heroína uma mulher forte que carregava um legado, coisa que para a época (1997) ainda era algo incomum. O criador da série, Joss Whedon, ao colocar como protagonista uma mulher loira queria desafiar o estereótipo de que essas são as mais frágeis entre o “sexo frágil” por serem desprovidas de inteligência. A série então não tinha medo de tocar em assuntos como o dever de obediência da mulher ao homem, algo que naquele momento era visto como correto ou normal, e de desenvolver e investir nas suas personagens femininas, como Willow: a bruxa mais poderosa e nerd que uma série já criou.
Agora, não dá pra falar de feminismo no mundo das séries sem citar as garotas Gilmore não é mesmo? Numa época em que ainda era comum a mulher ser a dona do lar e apenas cuidar dos filhos e maridos eis que surge Lorelai Gilmore: mãe solteira, e que deu seu próprio nome à filha – pois se os homens podem fazê-lo por que as mulheres não poderiam? Rory foi criada com as bases do feminismo: independência, autoestima, acreditando que ela era capaz de conquistar o mundo caso quisesse. Paris, Sookie, Lane… Diversas são as mulheres em Gilmore Girls que correram atrás dos seus sonhos, conquistaram seus lugares e dominaram aquilo que faziam e os lugares onde estavam. Além disso, não podemos esquecer as diversas referências a cultura pop, muitas deles ligadas intimamente ao movimento que busca a igualdade de direitos.
Chegando pros dias de hoje não nos faltam exemplos de séries protagonizadas por mulheres, ou então que tenham fortes personagens femininas – mesmo que essas não sejam as protagonistas.
Podemos citar Supergil, que incorpora bem o feminismo ao ter uma super heroína como sua personagem principal e outras mulheres fortes contracenando diretamente com ela. No episódio “Human for a day” o girlpower é o mais verdadeiro possível pois Kara, Supergirl para os mais íntimos, salva o dia mesmo estando sem poderes. A série, porém, não se contenta em ter apenas uma mulher de destaque, mas nos mostra também uma jornalista de sucesso dona de sua própria empresa e que vive segundo suas próprias regras, Cat Grant; a irmã de criação de Kara, que não fica à sombra desta por não ter habilidades especiais, mas sim dá conta do recado, Alex Danvers; uma CEO que até então luta fortemente para não ser definida pelo nome que carrega, Lena Luthor; e muitas outras. “Você sabe o que eu amo? Garotinhos que pensam que podem fazer um trabalho melhor do que uma mulher que é uma heroína de verdade.” Como não gostar de uma série que enfatiza tão sutilmente o quanto nós mulheres somos capazes?
Já Agents of SHIELD é focada na equipe liderada por Phil Coulson após os acontecimentos do filme “Os Vingadores”, mas quem brilha mesmo em toda a série são as mulheres. Jemma Simmons: uma cientista extremamente inteligente e com uma resiliência de dar inveja; Melinda May: a agente que resolve qualquer problema não importa a dificuldade, superando e muito a capacidade e habilidade de muitos dos homens de dentro da agência; Daisy Jhonson: a personagem que mais se desenvolveu ao longo das temporadas, passando de uma simples hacker a uma Inumana que é também uma das melhores e principais agentes da equipe. Sem contar aquelas que já não fazem mais parte do seriado, como Bobbi Morse, ou aquelas que aparecem apenas de vez em quando como a nossa querida Yo-yo.
E não importa qual seja a realidade a ser enfrentada podem acreditar que as mulheres dão conta da situação, pois mesmo em meio ao apocalipse zumbi de The Walking Dead surgem personagens fortes das quais dependem a sobrevivência de todo um grupo, como é o caso de Carol – uma personagem que passou de vítima indefesa àquela que é peça fundamental para o sucesso de seu grupo de sobreviventes, Michonne – uma excelente guerreira e que não tem medo de enfrentar aqueles que ameaçam o bem estar do seu grupo; de Maggie – que tem se mostrado uma líder extremamente capaz; além de tantas outras que se mostram capazes de enfrentar a dura realidade que tomou conta do planeta.
Jessica Jones, Otlaunder, Legends of Tomorrow, Agent Carter… Exemplos de mulheres fortes, e séries que valorizam essas personagens dando espaço a um debate de extrema importância como o feminismo, não faltam.
O feminismo tem diversas formas de ser expresso e defendido. Algumas são mais radicais do que outras, mas o objetivo é sempre o mesmo: demonstrar que nós mulheres não somos o sexo frágil. Somos diferentes sim, mas igualmente capazes.
E pra você, quem é seu exemplo de feminismo nas séries? Conta pra gente!