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Orphan Black – 4×10 From Dancing Mice to Psychopaths (Season Finale)

Por: em 22 de junho de 2016

Orphan Black – 4×10 From Dancing Mice to Psychopaths (Season Finale)

Por: em

Dias antes da exibição do episódio final da quarta temporada de Orphan Black, os produtores confirmaram a renovação da série para seu quinto e também último ano. O sabor agridoce deixado pela informação não chega a ser novidade aos que acompanham a saga das clones, porém, de certa forma elimina qualquer fio de esperança que pudesse existir em ver Sarah e suas irmãs por mais alguns anos. Na verdade, saber que a série foi programada para durar cinco temporadas de certa forma tem seu lado positivo, já que o risco de haver pontas soltas é bem menor. Conseguindo assim encerrar a história com dignidade.

Se o primeiro ano da série serviu para a apresentação das personagens; e o segundo e terceiro para explicar melhor os projetos Leda e Castor, respectivamente; o quarto veio com o propósito de desvendar o que de fato existe por trás da teoria Neoevolucionista e principalmente, quem são os Neoevolucionistas. E mesmo com algumas falhas, From Dancing Mice to Psychopaths cumpriu todos os requisitos para um excelente final de temporada. Correspondendo às expectativas criadas ao longo de dez ótimos episódios e que trouxeram de volta a qualidade e confiança no trabalho da equipe por trás da série, e principalmente, na excelente atuação de Tatiana Maslany.

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A forma encontrada para explicar como fora feito o resgate de Delphine alivia um pouco os ânimos, uma vez que fomos descobrir que a médica estava realmente viva apenas nos últimos capítulos da trama. Deixando claro ali que na verdade a ideia sempre foi esta, se considerarmos que tudo na verdade servia para reintroduz um dos grandes acertos da temporada e destaque do episódio: Krystal Goderitch.

E se no episódio de estreia da atual temporada cheguei a apostar em Mika como grande destaque da trama, era porque não esperava que tivessem mais da presença da blonde girl. Responsável pelo tom mais leve e cômico dentro do drama científico que é Orphan Black, a presença da esteticista (e detetive nas horas vagas) não só reforça o talento de Tatiana Maslany, como também cria no público o interesse por saber um pouco mais sobre uma das mais engraçadas e pouco conhecida das clones. Verdade seja dita, só mesmo Orphan Black para conseguir a sutil tarefa de manter o humor em meio a tanta tensão sobre o que vinha acontecendo até ali. E ainda que a loira tenha aparecido pouco, a forma como a personagem encara toda a verdade por trás da existência dos clones e das informações que desvendam os grupos por trás da Neolution, assim como a reação dela ao conhecer Sarah foram impagáveis.

Por outro lado, muita coisa acontecia desde o vazamento das imagens por Rachel, envolvendo a figura de Evie Cho e a eutanásia dos bebês. O resultado adotado pela corporação para conter os danos foi afastar Cho. Assumindo em seu lugar, Dr. Van Leer, porta-voz da corporação e responsável por dar prosseguimento aos planos originais do Conselho. A figura do médico como se viu vai além de mero porta-voz ou espécie de monitor de Evie, afinal, como eu havia previsto na crítica de The Antisocialism of Sex, o papel dele na trama terá alguma relação direta com o misterioso grupo presente na Ilha Monroe e que iremos acompanhar no quinto ano da série.

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A revelação da existência de dois grupos na disputa pelo caminho a ser seguido rumo ao princípio da evolução, pela Neolution. De um lado, Susan Duncan, apostando na continuidade do projeto original de clonagem humana – agora que, finalmente, foi possível recriar o genoma original dos clones, graças ao isolamento realizado com sucesso por Cosima. De outro, Evie Cho, que acredita no uso da biotecnologia visando à alteração das falhas genéticas direto no DNA. Servem para explicitar que na verdade pouco importa o meio para a Neolution. Um pensamento à Maquiavel e que reforça a mensagem deixada pelo episódio: Neolution follows the Science.

From  Dancing Mice to Psychopaths encerra o arco de Evie Cho, trazendo de volta Rachel Duncan como a grande vilã de Orphan Black. Que após compreender que as visão na verdade se tratavam de uma mensagem criptografada pelo misterioso homem que pode vir a ser o pai dos Neolutionists (não me pergunte como), adota uma nova postura e toma como verdade que o próximo passo a ser tomado pela corporação deve ser o de dar continuidade ao projeto de clonagem humana aliada à biotecnologia e implantes desenvolvidos e aprimorados por Cho.

E se em Human Raw Material Susan comparava Cosima e suas irmãs ao famoso rato da biologia, o título da Season Finale retoma a referência e traz Rachel como seu maior destaque descrevendo a gradual perda de controle da filha dos Duncan. O que no início poderia representar uma humanização da personagem, lá pelos primeiros capítulos da temporada, agora define o que certamente irá representar o grande embate da última temporada: a disputa entre Rachel, representando a Neolution, contra Sarah e as outras sestras. Já que agora, aparentemente, é Rachel quem está um passo a frente das ações do Clone Clube. Que junto com a ajuda de Ferdinand coloca a vida da família de Manning em perigo.

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E ainda que a cura encontrada por Cosima tenha levado ao resultado óbvio da traição de Susan, a forma encontrada pelo roteiro para demonstrar que finalmente veremos o fim da doença da bióloga, de certa maneira suaviza a miscelânea de perdas e danos ao grupo das sestras. O problema é que tudo converge para que a nova temporada passe a acontecer dentro da Ilha de Monroe. O problema é que, ainda que muita coisa tenha sido explicada, o número de novas perguntas acaba superando ao das conclusões dos plots. Gerando com isso tensão suficiente para que os fãs da série aguardem ansiosos pela chegada do quinto e último ano da série.

No entanto, a explicação de qual seria a real identidade do Mensageiro da ilha. Ou o porquê da existência daquela comunidade em Monroe – e o resgate de Delphine – podem confundir ainda mais nossa tentativa de traçar uma linearidade em Orphan Black. Afinal de contas, com Sarah baleada e sozinha na ilha; Siobahn e Kira reféns de Ferdinand; e Helena mantendo Alison e Donnie a salvo; tudo leva a crer que teremos muito menos política e mais ação para o ano que está por vir. Exigindo mais do que nunca a união das irmãs de Manning se quiserem por fim à constante corrida pela vida das clones.


Infelizmente a temporada já se despede, mas ainda bem que em grande estilo. Mas e você o que achou da quarta temporada de Orphan Black? Não deixa de comentar aqui embaixo. Espero que tenha curtido acompanhar as críticas semanais. Até a próxima temporada e meu muito obrigado!


Marcel Sampar

Paulista que puxa o erre pra falar, PHD em Análise do Drama pelas novelas mexicanas reprisadas no SBT e designer de homens palito. Com sérios problemas em se definir por aqui - sim, esta já é minha terceira tentativa em menos de um mês - mas que um dia chega lá!

Rio Preto/SP

Série Favorita: Sex and the City

Não assiste de jeito nenhum: Teen Wolf

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