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Legends of Tomorrow – 1×03 Blood Ties

Por: em 6 de fevereiro de 2016

Legends of Tomorrow – 1×03 Blood Ties

Por: em

E se você pudesse mudar algum fato específico do passado que alterou completamente a trajetória da sua vida, você faria isso?

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O novo episódio de Legends of Tomorrow veio ainda no clima pesado da despedida de Carter, aka Homem-Gavião. Com a equipe bastante abalada pelo fato e Kendra ainda em recuperação da luta com Savage, era difícil de prever quais seriam os próximos passos da equipe, presos em 1975, já que uma viagem no tempo seria fatal na condição da Mulher-Gavião. Mais uma vez, a trama se desenvolveu em três frentes narrativas diferentes, explorando novas interações entre os personagens e um entretenimento bacana para nós, espectadores. Aquela que chama mais atenção foi a desenvolvida em cima da história de Leonard Snart, juntamente com Mick e Jax. Quando o Capitão Frio sugere um roubo grande, pensamos sempre ser algo da rotina – já que isso praticamente faz parte do que ele é (ou do que ele foi obrigado a ser). Com o passar do episódio vamos entendendo o propósito de tudo aquilo e conhecendo uma nova faceta ainda não explorada do personagem.

O roubo da tão esmeralda verde (o que alguns interpretaram como uma referência ao nosso querido Lanterna) não passava de um artifício para alterar o próprio futuro, já que foi esse fatídico dia em que seu pai foi preso e acabou levando toda a sua família para o buraco. O momento em que vemos Snart conversando com sua versão criança é um dos mais ricos do episódio – que já explorou esse tipo de interação na semana passada com maestria -, mostrando toda a vulnerabilidade do seu ser. “Nunca deixe que ninguém te machuque aqui (a cabeça) e, principalmente, aqui (no coração)“. Ao longo de toda a passagem dele em Flash, percebemos sua ligação com a família – o que foi inclusive um dos seus medos ao alterar a linha do tempo, já que sua irmã poderia deixar de existir -, mas nunca o vimos tão tocado por um momento. No fundo, Snart é um fruto do seu meio, aquele que arrumou uma maneira de sobreviver em meio ao caos e jamais se arrependerá por isso. O pior de tudo é saber que seus esforços foram em vão: seu pai ainda foi preso dois dias depois. Muitos questionaram o porquê disso, o que é bem simples de responder: o tempo não gosta de ser mudado. Quão mais impactante for a alteração, maior será o esforço do tempo para voltar as coisas para o lugar. Rip nos ensinou isso um tempo atrás e agora conseguimos enxergar claramente isso acontecendo.

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E por que algumas coisas podem ser alteradas? Talvez elas tivessem que acontecer de qualquer maneira – assim como foi a morte do filho de Kendra e Carter ou a própria morte do Homem-Gavião. Aproveitando que falamos nele, vimos o seu corpo sendo usado em uma espécie de ceita maluca comandada por Savage, o que foi um tanto assustador. Ao passar dos episódios, Vandal ganha contornos cada vez mais inescrupulosos, ficando bastante difícil de entender para onde a história vai caminhar ao longo da linha temporal. Mas antes de tratar da ceita de fato, temos que comentar toda a rica interação entre Sara e Rip ao longo desse episódio. Primeiro que achei muito bacana a série se prestar a dar uma continuidade real para a história dos seus personagens, já que por ser uma nova atração, podia tratá-los da estaca zero. Com isso, vimos a sede por sangue de Sara sendo trazida a tona (na mesma semana em que Thea apresentou problemas graves em lidar com as consequências do Poço de Lázaro) e sua vontade de matar sendo colocada em cheque. Sara não é um monstro. Ela foi treinada para isso, teve que fazer isso para sobreviver e depois foi jogada num poço para voltar a vida. A sorte é que John Constantine recuperou sua alma, senão seu estado seria ainda pior que o de Thea Queen.

Depois gosto bastante do emponderamento feminino que a série traz com essa personagem. Cara, ela tá ali e dá de 7×1 em todos os homens da equipe, sempre pronta para o combate e muito atenta aos pequenos detalhes. O que foi a cena do banco, com a chegada triunfal da dupla, sequenciada de uma luta muito bem coreografada? Sério, eu tinha minhas ressalvas com ela lá em Arrow, mas até aqui ela vem fazendo um excelente trabalho. E tudo isso serviu para que Sara e Rip descobrissem que o corpo de Carter seria usado num ritual, o que eles não podiam deixar acontecer. Como toda missão, uma dose de emoção foi adicionada com a descoberta dos infiltrados e sua consequente prisão. Claro que depois toda a equipe apareceu para o reforço, mas a surpresa veio na segunda “morte” de Savage que presenciamos. Rip não fraquejou dessa vez e deu um “fim” no cara que matou sua família. É um momento muito forte, principalmente quando adicionamos a promessa do vilão em retornar para cumprir com seu destino de matar a família do viajante no tempo. Essa rixa entre os dois me intriga demais e estou bem ansioso para descobrir seus próximos encontros.

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Enquanto tudo isso acontecia fora da nava, Ray e o professor Stein lutavam para salvar a vida de Kendra, ainda com pedaços da adaga mortal em seu organismo. Deixando um pouco de lado sua personalidade atrapalhada, vimos Ray relembrando a lastimável perda de sua noiva (aquela que foi morta no ataque do Deathstroke, no final da 2ª temporada de Arrow). E é essa perda que sempre volta quando ele lida com qualquer tipo de frustração, como não conseguir terminar sua missão dentro do corpo da Mulher-Gavião. Aqui Stein foi importante exatamente por servir como bengala emocional ao personagem, criando todo um momento de ligação entre os dois, que acabasse por motivar Ray a persistir naquilo. De qualquer maneira, Stein reconhece a genialidade do seu companheiro de profissão e é isso que Palmer mais quer na vida: fazer do seu ser, da sua personalidade, um legado. Ainda fica difícil saber o quando ele estará realmente preparado para levar isso a sério, mas que o personagem tem bastante espaço para se desenvolver, disso não há dúvidas.

Um lance que ficou mal explicado foram as visões que Kendra teve do ritual. Talvez sua conexão com Carter/Savage seja tão forte que a permita transportar a mente ou até sentir algumas sensações – mas isso não passa de um chute e teremos que esperar para entender melhor. Interessante também como foi explicada a “semi-imortalidade” dos aliados do vilão, todas baseadas no sangue e na fé, o que pode ser muito poderoso, como já vimos mundo afora (tá que tudo isso foi baseado num conselho de Jack, o Estripador, mas ok). E, agora, arrumemos o figurino, porque estamos partindo para os anos 80!

Outros pensamentos aleatórios:

  • Vimos mais uma vez o bastão de Hórus, muito citado na série, e que também apareceu lá no crossover entre Arrow e Flash.
  • “I’ve seen Man of Steel die and the Dark Knights fall” – UAAAAAAAAAAAT? Teve referência sim ao Homem de Aço e ao Batman, o que causa uma euforia muito grande nos fãs, já que nunca tivemos a certeza da existência desses personagens dentro da mitologia televisiva da DC. Vale lembrar que as empresas Wayne já foram citadas no futuro de Flash e também que esse easter egg vem na mesma semana em que é anunciado o crossover de Supergirl e The Flash.
  • Quando Sara e Rip estão conversando, ainda dentro da nave, podemos ver um cartaz onde lemos “Procura-se” com a foto de Johan Hex – personagens que veremos na série mais para frente.
  • Para quem não sabe, o ator que faz o professor Stein participou do filme Titanic, por isso tantas piadas com icebergs e o famoso navio sempre que ele está em cena.

 


Dá uma olhada no vídeo promocional do quarto episódio, “White Knights“, aqui embaixo:

E não deixa de comentar comigo o que achou de “Blood Ties“! Até mais!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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