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Revival Gilmore Girls: Top 10 piores momentos

Por: em 29 de novembro de 2016

Revival Gilmore Girls: Top 10 piores momentos

Por: em

Spoiler Alert!

Este texto contém spoilers pesados,

siga por sua conta e risco.

Dá pra gostar do revival e ainda assim odiar várias coisas que aconteceram nele? Com certeza! Pensando nisso, preparamos uma lista com os 10 piores momentos de Gilmore Girls – A Year in the Life. Foram nove anos de espera, a gente tem o direito de reclamar, certo?

E, não custa lembrar: esse especial contém spoilers de todo o revival. Se você ainda não terminou, então pare por aqui e acompanhe nossas reviews individuais de cada episódio: Winter, Spring, Summer e Fall.

10. A separação de Paris e Doyle

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Que Paris não é uma pessoa muito normal a gente sempre soube. E justamente por isso Doyle era o cara ideal pra ela. Ele podia não ter o mesmo nível de loucura (afinal, quem teria?), mas entendia e completava a amiga de Rory como ninguém. Claro, a gente sabe que ela não precisa de ajuda pra dominar o mundo, mas temos certeza que ao lado do Doyle ela ficaria mais feliz. Mas, olhemos pelo lado positivo, quem sabe a essa altura os dois já não fizeram as pazes e estão transando na escadaria do apartamento?

9. A interminável cena com a Brigada

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Há quem adore a Brigada de Vida e Morte, – eu não sou essa pessoa. Acho uma trama interessante para a quinta temporada da série, mas não é tão fácil gostar de uma turma de jovens ricos, mimados e irresponsáveis, gastando o dinheiro da família por aí, sem consequências, como se não houvesse amanhã. Ainda assim, entendo a presença deles no revival porque fazem parte do “pacote Logan”. Ok, as cenas foram bonitas e tiveram uma trilha sonora linda (With a little help from my friends”, na versão do musical Across the Universe), mas precisa mesmo durar tanto? Foram quase 15 minutos do último episódio gastos com Colin, Finn e cia. limitada. Um pouco exagerado, não?

8. O musical mais longo da história

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Já que estamos falando mal de cenas muito longas, chegou a vez do musical de Stars Hollow. Estamos nos referindo ao musical todo? De forma alguma. Mas são 10:30 minutos (sim, nós contamos!) desde que Taylor sai do palco até o final, com “Waterloo”, clássico do Abba. Com tanta coisa pra acontecer em somente quatro episódios de revival, era mesmo necessário perder tanto tempo com algo assim?  Sem a participação dos moradores de Stars Hollow no palco? Cadê Kirk nessas horas? Miss Patty?

7. A turma dos 30 e poucos anos

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Dos 157 episódios de Gilmore Girls, me arrisco a dizer que “a turma dos 30 e poucos anos” foi a pior ideia que Amy Sherman-Palladino já teve. Talvez a ideia não seja tão ruim assim porque é uma realidade. Muitos jovens norte-americanos estão sim voltando pra casa depois de formados, enquanto os brasileiros sequer saíram de casa. Mas se você vai fazer uma crítica social, seja à instabilidade financeira mundial, aos jovens mimados da geração Y, ao que for, por favor, o faça de maneira mais inteligente, e não com personagens acenando para uma câmera toda fez que aparecem.

6. A ausência de Sookie

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Sim, Sookie estava lá, por cinco minutos, mas estava. Isso era suficiente? De forma alguma. Claro, sabemos que Melissa McCarthy não participou de todo o revival por questões contratuais, – resumindo: ela hoje é maior do que todo o elenco junto e não era possível bancá-la. Muito se especulou se teríamos Sookie ou não e, no final das contas, quando Melissa confirmou sua presença no revival, ficou claro que aquela seria uma participação afetiva e curta. É difícil dizer se pela pressa ou por outro motivo, mas naquela cena única curta, Melissa não parecia Sookie (e alguém sabe se a atriz teve algum problema de saúde que tenha afetado sua voz?). Talvez do meio pro final tenha sido mais fácil reconhecer a melhor amiga de Lorelai, mas tudo soou esquisito, fora de sintonia, como Sookie grávida, sem conseguir sentir o gosto da comida.

5. Lane

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Lembram da Lane das primeiras temporadas? Pois é, cadê ela? A sétima temporada já foi suficientemente injusta com a filha da Mrs. Kim: grávida de gêmeos, sem gostar de sexo, tendo que deixar a Hep Alien de lado. Quando o revival foi confirmado, muita gente achou que a redenção chegaria para Lane… Mas não foi dessa vez. Ela continuou exatamente onde estava e, pior, não teve sequer uma interação significante com qualquer personagem em nenhum dos episódios.

4. A aparição mínima de Jess

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Independente da torcida por qual seria o namorado ideal pra Rory, uma coisa há de se concordar: todos são importantes para a história da Rory. E se Logan esteve em todos os episódios com um certo destaque, o mesmo não pode ser dito do sobrinho de Luke. Jess Mariano só deu as caras no terceiro episódio e mesmo assim pra uma ceninha rápida. Na última vez que vimos Rory e Jess juntos, na sexta temporada da série, os dois tinham se tornado amigos e Jess continuava apaixonado. De lá pra qual, qual foi o contato dos dois? Eles se veem ocasionalmente em Stars Hollow? Trocam indicações de livro? Se falam pelo facebook?

A gente não sabe como ficou a relação dos dois, mas parece haver carinho ali. Mas quão estranho foi ver Rory sequer se levantar pra cumprimentá-lo na Gazeta de Stars Hollow? Dois minutos depois, é ele quem lhe dá a sugestão pro livro sobre a história dela e da mãe. Sempre Jess, chegando quando as coisas estão confusas para dar um empurrão em Rory. Depois disso, só vemos mais um pouco dele e Luke, e é praticamente isso. Nos despedimos de Jess com seu olhar triste na janela, observando Rory e pensando no que poderia ter sido, – mas não foi.

3. O retrocesso do Logan

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Mesmo quem não gostava do Logan teve que admitir o crescimento do personagem na sétima temporada. Ele deu uma mancada ou outra, com certeza, mas no geral: saiu da barra da calça do pai,  arranjou um novo trabalho, assumiu suas mancadas com Rory, pediu desculpas, a tratou da forma que ela merecia e a pediu em casamento. É ótimo que ela não tenha aceitado, mas a questão é: ele estava disposto a passar a vida com ela.

E o Logan do revival? Morando em Londres, trabalhando para o pai, noivo de uma herdeira e mantendo um caso extra-conjugal com a Rory. É como se a sétima temporada nunca tivesse acontecido. E de certa forma foi isso mesmo. Nas entrevistas pré-revival, Amy Sherman-Palladino mencionou que ela teria escolhido um caminho totalmente pra uma coisa. E agora me parece claro que ela se referia ao Logan. Pense comigo: na última vez que vimos Logan na sexta temporada ele estava em um elevador, se despedindo da Rory e deixando os Estados Unidos para morar em Londres a mando do seu pai. E foi exatamente assim que o encontramos agora.

2. A estagnação profissional da Rory

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Esse é um tópico bem polêmico. Há quem defenda que a estagnação profissional da Rory é ótima pra nos mostrar que ela não é perfeita, como nenhum de nós é, e isso a transforma em uma personagem ainda mais complexa. Mas há controvérsias. Que a Rory não é perfeita a gente já sabe desde a quarta temporada, quando ela perdeu a virgindade com o ex-namorado casado. Também fomos lembrados dessa imperfeição no final da quinta temporada, quando ela largou Yale e passou meses sem falar com a mãe. E agora, o que mudou?

Na época que Rory cometeu esses erros ela tinha 20 e poucos anos. Eram erros normais, certo? E se os trinta são os novos vinte, não seria natural que ela continuasse metendo os pés pelas mãos? Não. Rory formou em Yale há nove anos. Quase uma década. Quando a série acabou, ela estava indo cobrir a pré-campanha de Obama (e todo mundo sabe qual o final dessa história), então como ela se tornou uma jornalista sem grandes feitos? Sem um currículo decente? Nada? A Rory CDF que a gente conhece poderia não ter se transformado na próxima Christiane Amanpour, claro, mas dificilmente estaria solta por aí, sem um emprego estável, sem perspectivas, sem calcinha.

Mas por que reencontramos a personagem assim? Isso com certeza tem a ver com…

1. As 4 palavras finais

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Reza a lenda que Amy Sherman-Palladino tem as quatro palavras finais prontas há anos. Ela sempre soube como a série terminaria e costumava deixar isso claro, até com um certo orgulho. Como se fosse um final pré-determinado, destino, “estava escrito”, como Luke e Lorelai na inesquecível cena do horóscopo. Mas se tivéssemos pensado mais um pouquinho a fundo sobre o fato dela ter essas quatro palavras finais há tanto tempo, talvez a ficha tivesse caído e percebêssemos que isso não era necessariamente algo bom.

Pegue o caso de HIMYM. Você viu a série? O protagonista Ted passa nove temporada contando para seus filhos como conheceu a mãe deles. Nos últimos 30 segundos o que acontece? A gente descobre que ele ainda era apaixonado pela ex-namorada e Ted volta com ela. Era um final também pré-determinado pelos showrunners e que faria todo o sentido se a série tivesse terminado anos atrás. Mas o tempo passou, os personagens evoluíram e a conclusão foi tão mal aceita pelos fãs, que a CBS liberou um final alternativo no DVD. A situação de Gilmore Girls é bastante parecida, – e ainda mais triste.

Se a revelação final da série sempre foi a gravidez de Rory, então não adiantava o seu desenvolvimento, sua evolução, nada. Seu destino sempre seria o mesmo: mãe solteira em Stars Hollow. Não me entenda mal, não há nada de errado em ser mãe solteira, eu mesma sou filha de uma. Mas todo mundo sabe que não é uma missão fácil. Não foi fácil pra Lorelai, mesmo com todo o apoio da cidade, então porque Rory mereceria o mesmo destino? Mesmo que isso  não se encaixasse na personagem? Só pra “completar o ciclo”?

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Completar o circo é repetir o erro dos nossos pais? Todos já entendemos o complexo de Electra explorado na série: Logan é Christopher, rico, mimado, segue tirando Lorelai (mãe e filha) do eixo; Jess é Luke,  amigo, alguém com quem ela pode contar e que estará sempre por perto (o que só se refere ao Jess das últimas temporadas, claro). Há até quem faça o link entre Dean e Max: completamente apaixonados pelas garotas Gilmore e deixados de lado. Mas até que ponto Rory precisava ser só um reflexo pálido da mãe no passado? Um fantoche do destino?

Não, Rory não precisava ganhar um Pulitzer aos trinta anos, mas quão injusto é que ela não tenha direito a um destino só dela? Um final pensado pra ela, e não uma história pronta, focada na sua mãe e planejada muito antes da personagem crescer, evoluir e, de certa forma, ganhar vida própria? Sim, a vida real é injusta. Mas não é pra isso que assistimos séries e é difícil não ficar triste com o final preguiçoso dado a Rory Gilmore.

 


Concorda? Discorda? Conta pra gente as coisas que você menos gostou no revival!


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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